O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou instalar, na tarde desta quinta-feira,
uma comissão especial para analisar uma proposta de emenda constitucional,
apresentada pelo deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que estabelece a simultaneidade
nas eleições para todos os cargos majoritários.
Com isso, abre-se o caminho
para a anulação das eleições presidenciais de 2018 e a disputa poderia ocorrer
apenas em 2020, quando haverá eleição para as prefeituras. "Pode ser o
golpe dentro do golpe", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que vê risco
de cancelamento da disputa presidencial (saiba mais aqui). Seu colega Vicente Cândido (PT-SP)
discorda e afirma que não há esse risco. "Apresentaremos um substitutivo
que institui, entre outras medidas, a descoincidência das eleições a partir de
2022 (em anos separados para executivo e legislativo), fim dos cargos de vice,
mandato de dez anos para representantes das Côrtes e adoção do sistema
distrital misto nas eleições a partir de 2026", diz ele (leia aqui).
No último domingo, o Datafolha
revelou que o ex-presidente Lula lidera em todos os cenários, com 29% a 31% das
intenções de voto, e que 85% dos brasileiros exigem a saída imediata de Michel
Temer e a convocação de diretas já.
No entanto, o eventual
adiamento das eleições ajudaria a direita, que já derrubou a presidente Dilma
Rousseff por meio de um golpe parlamentar, a tentar inabilitar Lula no tapetão.
Esta proposta de emenda
constitucional estava parada desde 2003, mas acaba de ganhar tramitação urgente
na Câmara, segundo aponta o deputado Pimenta. Em suas falas posteriores ao
golpe, a presidente deposta Dilma Rousseff sempre alertou para o risco de
anulação das eleições de 2018.|brasil247 - Foto reprodução google