As
principais lideranças petistas alinharam um discurso para defender a
candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2018 e alegar que
Lula tem sido alvo de uma “estratégia estabelecida” para tentar retirá-lo da
corrida eleitoral do ano que vem.
Fora
dos microfones, essa foi a tônica que marcou o encontro realizado nesta
segunda-feira, 24, durante o seminário “Estratégia para a Economia Brasileira –
Desenvolvimento, Soberania e Inclusão”, promovido pelas lideranças do PT na
Câmara e no Senado e pela Fundação Perseu Abramo, em Brasília.
“Nós
temos a plena consciência de que há uma estratégia estabelecida por aquelas
forças que fizeram o impeachment, e seus aliados, a grande mídia e o Ministério
Público, de criar um impedimento à candidatura de Lula”, disse à reportagem o
senador Humberto Costa (PT-PE), que é alvo de inquérito instalado no âmbito da
Operação Lava Jato.
Segundo
Costa, que foi líder do partido do Senado até fevereiro, Lula tem sido alvo de
uma “perseguição” política que, em sua avaliação, pode acabar por fortalecê-lo
mais na corrida eleitoral.
“A
condenação dele agora, numa segunda instância, para jogá-lo na Lei na Ficha
Limpa, teria agora uma repercussão oposta ao que esse pessoal está pensando”,
comentou o senador, que chega a analisar o eventual apoio de Lula a outro
candidato, caso se confirme o seu impedimento.
“Essa
perseguição, da forma como tem sido feita, pode terminar dando a ele uma
musculatura tal que, mesmo não sendo candidato, o apoio dele seja absolutamente
decisivo para alguém ganhar a eleição”, disse.
O
ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), que também está na lista dos
investigados pela Operação Lava Jato, reafirmou que o partido não conta com
outro nome para as eleições do ano que vem.
“Por
enquanto, não tem outro candidato, o PT continua trabalhando com essa
possibilidade de Lula. Temos que continuar defendendo o patrimônio dele e do
próprio PT”, declarou.
“Ele
continua a ser meu candidato. Agora vamos ver nessa guerra de versões. Eu acho
que é impossível não reconhecer, mesmo quem não gosta dele, que há um
direcionamento nesse sentido de acabar com ele. E isso é uma bobagem, uma
burrice.”|Fonte: Estadão Conteúdo