O presidente Michel Temer
explicou por que desistiu de morar no Palácio do Alvorada e preferiu retornar
ao Palácio do Jaburu, decisão que causou controvérsias após a reforma de mais
de R$ 20 mil na
residência oficial da Presidência da República. "Senti uma coisa estranha
lá. Eu não conseguia dormir, desde a primeira noite. A energia não era boa. A
Marcela sentiu a mesma coisa. Só o Michelzinho, que ficava correndo de um lado
para outro, gostou. Chegamos a pensar: será que a aqui tem fantasma?",
concluiu.
Em
entrevista à revista Veja, Temer afirmou ainda que
"nunca" demitiu nenhum ministro. "Eles é que se sentiram
incomodados e pediram para sair. O governo não pode ficar sujeito à
instabilidade das acusações que surgem na Lava Jato", acrescentou,
referindo-se à operação da Polícia Federal.
O presidente
voltou a apostar que a economia do País dará os primeiros sinais de recuperação
neste primeiro trimestre de 2017. Reiterou que o "fundo do poço"
ficou para trás e que postos de trabalho começam a surgir nas indústrias de São
Paulo e Rio de Janeiro. "Ainda é pouco, mas é o começo. Talvez ainda no
primeiro trimestre deste ano os indicadores do PIB já sejam positivos. Algo
como 0,1%, 0,2% ou 0,3%. Isso parece pouco, mas estamos saindo de um
encolhimento de 3,6% no ano passado", afirmou à publicação. "Os
atuais níveis de desemprego, porém, devem persistir até o terceiro trimestre
deste ano", ponderou.
O
peemedebista frisou ainda que quer "entrar para a história como um
presidente reformista", lembrando que devem ser aprovadas neste ano as
reformas da Previdência, trabalhista, tributária e política. "Não sou
populista, não estou atrás do aplauso popular. Fizemos em alguns meses o que os
últimos presidentes não conseguiram fazer em décadas", avaliou. "Hoje
eu diria que meu governo é 10 por tudo que fizemos e diante do desarranjo que
recebi. Mas prefiro fazer uma avaliação em setembro, quando estaremos
completando um ano de mandato efetivo."
Na
entrevista, Temer também teceu elogios ao Congresso, afirmando que só está no
cargo graças ao apoio dos deputados e senadores. Conforme o presidente, ele não
tem o apoio do povo nem a simpatia da imprensa.|estadao