Na avaliação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PMDB
continua sendo um partido que manobra o Estado, mas não leva o Brasil. A
afirmação do tucano se deu em entrevista ao Estadão publicada neste sábado
(25). “O PMDB é um partido de Estado. PSDB e PT eram polos eleitorais. O PMDB
nunca foi polo de nada. Sempre foi o partido que era capaz de fazer a
engrenagem pública funcionar. O PMDB continua sendo um partido que manobra o
Estado, mas não leva o Brasil”, disse.
No
terceiro dos quatro volumes de “Diários da Presidência”, livro em que conta os
bastidores de sua experiência no comando do país, FHC afirma que o partido do
hoje presidente Michel Temer é “descarado”.
Na
mesma entrevista, ele recordou ainda o perrengue que passou quando Aécio Neves fez
de tudo para presidir a Câmara dos Deputados. Segundo FH, o PSDB se queixava de
que era preterido na ocupação de espaços no governo, ao contrário de PMDB e PFL
(hoje DEM): “Em parte, tinha razão. O PSDB, diferentemente do PT, não tinha
força suficiente. Eu precisava do equilíbrio entre PMDB e PFL e, de fato,
sacrificava o PSDB. O Aécio é muito hábil, então o partido começou a querê-lo
como presidente da Câmara. Eu não me meti, o Aécio virou presidente da Câmara e
eu ganhei um abacaxi. A briga entre PFL e PMDB não acabou mais”.
Na
discussão da votação da CPMF, tema relatado em seu livro, FHC conta que o PSDB
queria se ver livre do PMDB após a votação. “Não era só o Aécio. Muita gente do
PSDB queria chutar o PMDB”.|bahia.ba