Quase um ano após o início da operação em Salvador, o aplicativo Uber pode desembarcar agora em Feira de Santana (a 117 km de Salvador), segunda maior cidade da Bahia.

Segundo a tarde apurou, representantes da plataforma estão realizando reuniões no município para avaliar a viabilidade do serviço na Princesa do Sertão, que tem cerca de 622 mil habitantes, segundo estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As reuniões têm a participação de pessoas interessadas em atuar na plataforma Uber, caso o serviço inicie mesmo as atividades na cidade. Pelo menos 250 motoristas já mostraram interesse, segundo informações obtidas pela equipe de reportagem.

Um dos encontros ocorreu em um hotel na cidade, na última quarta-feira, 8, e será realizado neste sábado, 11, novamente no mesmo local, pela manhã e pela tarde. Novas reuniões vão ocorrer ao longo da próxima semana.

Por meio de nota, o Uber não confirmou a possibilidade em levar o serviço de transporte privado para Feira de Santana. Mas também não descarta a possibilidade. “Estamos constantemente avaliando a possibilidade de novas cidades receberem o Uber, como já acontece em mais de 500 cidades no mundo”, informou a nota.

O texto ainda explica que parte dessa avaliação, que é feita em vários níveis, inclui buscar talentos e compartilhar informações com os cidadãos que queiram ter uma nova oportunidade de renda com autonomia, flexibilidade e dignidade dirigindo na plataforma de transporte privado Uber.

“Não significa a entrada imediata do Uber em Feira de Santana. Quando houver algo definitivo, faremos um anúncio oficial”, ressaltou a nota da empresa.

Clandestinidade
O secretário municipal de Transportes e Trânsito de Feira de Santana, Pedro Boaventura, disse que tomou conhecimento das reuniões e já mandou o recado: se o Uber for para o município, será tratado como transporte clandestino.

“A posição é que, nesse momento, não há ordenamento legal que respalde o Uber. Então, se vier mesmo, vamos fiscalizar e autuar por transporte irregular de passageiros”, afirmou. Ele também contou que não foi procurado por ninguém do aplicativo. “Se, no futuro, houver um ordenamento legal, vamos acatar a lei. Mas hoje não há”, considerou.
O discurso adotado pelo secretário foi o mesmo utilizado pela prefeitura de Salvador quando o Uber chegou à capital baiana. Antes da chegada do serviço, inclusive, o secretário de Mobilidade, Fábio Mota, disse ao A TARDE que o aplicativo seria tratado como transporte clandestino em Salvador. E foi o que aconteceu.

A prefeitura realizou operações de combate ao transporte clandestino, o que resultou em apreensões de veículos e punições para motoristas. O Uber, interessado, por sua vez, oferece suporte aos condutores para que a situação seja resolvida.


Mesmo com resistência dos taxistas, um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Salvador propõe a regulamentação da plataforma.|atarde

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