Brasil - O lobista Fernando Horneaux Moura, condenado a 16 anos e dois meses de prisão no âmbito da Lava Jato, participou de acareação com o ex-diretor da Engenharia de Furnas Dimas Fabiano Toledo no inquérito que apura o suposto envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB) em um esquema de corrupção na estatal de energia.

Na acareação, Fernando Moura manteve sua versão de que, em 2003, o então dirigente de Furnas teria garantido que um terço da propina arrecadada na estatal iria para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para o presidente nacional do PSDB.

Por sua vez, Dimas Toledo não negou o encontro com Fernando Moura após ser reconduzido ao cargo. Mas afirmou que "não teria discutido nenhum assunto acerca de redistribuição de valores de Furnas para o PT nacional, para o PT paulista e para Aécio Neves".

O ex-diretor, que deixou a estatal em 2005, reafirmou que a versão do lobista seria "mentirosa". Diante do confronto de versões, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes a prorrogação do inquérito por mais 60 dias.

Rodrigo Janot pediu ao ministro do STF Gilmar Mendes que Aécio preste depoimento sobre o esquema de corrupção e propina em Furnas. O pedido da PGR é foi aberto com base na delação de Delcídio do Amaral, que afirmou que “sem dúvida” o tucano teria recebido propina em Furnas.

O doleiro Alberto Yousseff mencionou em sua delação premiada que Aécio dividia a diretoria de Furnas com o PP e teria recebido cerca de R$ 4 milhões, numa espécie de mensalão.

Caso o ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito, acate a decisão, será a primeira vez em que Aécio falará sobre a corrupção na estatal federal de energia, em que ele é citado como beneficiário desde 2005|brasil247

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