Brasil - Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito,
nesta quarta-feira, para a presidência do Senado durante o biênio 2017-2018. O
peemedebista recebeu 61 votos contra 10 de José Medeiros (PSD-MT), o único
adversário. Dez senadores votaram em branco. A votação foi realizada em uma
urna eletrônica.
Eunício substitui Renan Calheiros no comando do
Congresso, e Renan assume a liderança do PMDB na Casa. A vitória confirma a
manutenção da dinastia do PMDB no comando da Casa. O império se mantém por
décadas: desde a promulgação da Constituição, o PMDB ganhou 14 das 16 eleições
ocorridas. Apenas o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) conseguiu
interromper por duas gestões a unamidade do PMDB.
ACORDO COM PT
Nos bastidores, foi Renan Calheiros quem conduziu
toda a articulação para o fechamento das negociações sobre a formação da Mesa
Diretora do Senado. Eunício negociou diretamente com o PT, que fez acordo para
garantir participação na Mesa com José Pimentel (PT-CE) na primeira secretaria.
Para não irritar ainda mais a esquerda do partido, o PT liberou a bancada de
dez senadores na hora da votação para presidente. Na prática, porém, venceu o
pragmatismo: ter o cargo na Mesa.
O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), os
senadores Jorge Viana (PT-AC) e José Pimentel (PT-CE) sempre defenderam a o
respeito ao critério da proporcionalidade, ou seja, integrar a Mesa. Eles se
reuniram com o próprio Eunício para fechar o entendimento. Até mesmo o senador
Roberto Requião (PMDB-PR), que ameava lançar candidatura, desistiu e participou
do encontro de Eunício com os petistas e outros integrantes da chamada ala
independente do Senado.
— Sempre defendemos a proporcionalidade —
justificou Humberto Costa.
— Foi uma vergonha — reagiu o senador Lindbergh
Farias (PT-RJ), que não concordou com a estratégia do PT e lançou nota, ao lado
de Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN).
O PSDB acabou com o posto mais importante dentro
desse cenário de discussão sobre se presidentes de Senado e Câmara podem
permanecer na linha sucessória do presidente Michel Temer. O vice será Cássio
Cunha Lima (PSDB-PB), por ação direta do presidente nacional do PSDB, Aécio
Neves (MG)
Eunício será o presidente; o senador Cássio Cunha
Lima (PSDB-PB) o primeiro vice-presidente; o senador João Alberto (PMDB-MA)
será o segundo vice-presidente; o senador José Pimentel será o primeiro
secretário; Gladson Cameli (PP-AC) será o segundo secretário; o senador Antônio
Carlos Valadares (PSB-ES) será o terceiro secretário; e Zezé Perrella (PMDB-MG)
será o quarto secretário.
Os quatro suplentes na Mesa são do PSDB, DEM, PSD e
PR.|oglobo