O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (23)
uma ordem executiva para retirar o país da Parceria Transpacífico (TPP, na
sigla em inglês), negociada durante o governo de Barack Obama. Essa é a
segunda vez que o novo presidente – ou parlamentares do Partido Republicano –
invalida uma herança deixada por Obama. A primeira foi o cancelamento do
Obamacare, um programa de saúde aprovado pelo ex-presidente para estender
atendimento médico a toda população americana.
Durante a assinatura da ordem executiva, Trump chamou a saída do acordo
de "algo ótimo para os trabalhadores americanos". Com a medida,
Trump começa – já no primeiro dia útil de seu mandato, após tomar tomar posse
sexta-feira (20) - a reconfigurar o papel dos Estados Unidos na economia
global.
Os
países signatários do TPP são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão,
Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura, Estados Unidos e Vietnã. A
assinatura do TPP não tinha sido ratificado ainda pelo Congresso dos EUA. O
acordo tinha como intenção estabelecer um contraponto ao aumento da influência
da China, tanto no setor político quanto no econômico. Em contrapartida, a
China tem buscado promover a Parceria Abrangente Econômica Regional (RCEP, na
sigla em inglês), sua versão do TPP abrangendo a Ásia-Pacífico, excluindo os
Estados Unidos.
A saída dos Estados Unidos da parceria com os países do Pacífico
representa uma inversão na tendência de décadas de política econômica
internacional – executadas tanto por governos democratas quanto por republicano
– de reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio em todo o mundo.
Embora os candidatos muitas vezes tenham criticado acordos comerciais na
campanha, aqueles que chegaram à Casa Branca, incluindo o presidente Barack
Obama, acabaram ampliando o alcance dessas relações.
"Estamos falando sobre isso há muito tempo", disse Trump, ao
assinar o decreto formalizando a saída dos Estados Unidos do TPP. Para ele, a
retirada do pacto comercial é "uma grande coisa para o trabalhador
americano".
Nafta
Já no domingo (22), o republicano informou que iniciará em breve conversas com os países que compõem o Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte), para renegociar o bloco econômico. Segundo o presidente americano, caso um acordo não seja fechado com o México e o Canadá, o país vai deixar a parceria.
Já no domingo (22), o republicano informou que iniciará em breve conversas com os países que compõem o Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte), para renegociar o bloco econômico. Segundo o presidente americano, caso um acordo não seja fechado com o México e o Canadá, o país vai deixar a parceria.
"Nós vamos começar a renegociar o Nafta, além de questões como
imigração e segurança de fronteira (com o México)", disse Trump durante um
pronunciamento na Casa Branca neste domingo.
A negociação do Nafta começou na gestão do presidente George Bush e o
acordo foi levado ao Congresso pelo presidente Bill Clinton. Trumpo terá
encontros com os mandatários do Canadá e do México, os dois principais
parceiros do Nafta. O acordo tem sido um dos principais motores do comércio
americano há quase duas décadas, mas há algum tempo tem sido questionado por,
supostamente, diminuir a oferta de emprego e reduzir os salários do trabalhador
norte-americano.|correiodabahia - Foto do estadao