O PT pretende lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva à Presidência da República ainda no primeiro semestre do ano que vem,
entre fevereiro e abril. A estratégia tem dois objetivos. O primeiro é
aproveitar politicamente a baixa popularidade do governo Michel Temer. O
segundo é reforçar a defesa jurídica de Lula, réu em cinco processos penais,
quatro deles provenientes da Operação Lava Jato e seus desdobramentos.
A informação foi
confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e também do
Instituto Lula.
O PT defende
formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Parte dos líderes
petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano, em
fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na Justiça que possam
barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão em 2017.
A pré-candidatura
de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido.
Segundo os defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o
ex-presidente poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba.
Conforme esse
raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de
que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de
Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas
pesquisas de opinião reforça a estratégia.
"A
necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo
nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação
entre os projetos", disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco
Aurélio de Carvalho.
Outro grupo
defende que a candidatura seja lançada durante o 6º Congresso Nacional do PT,
marcado para abril, mas que pode ser adiado para maio.|uol