No Litoral Norte e Agreste baiano, Inhambupe foi uma das cidades não afetadas por essas mudanças, ao lado de Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada e Rio Real, por exemplo.

Nesta segunda-feira (21) o Banco do Brasil surpreendeu o País ao anunciar o fechamento, no início do próximo ano, de 402 agências, 379 serão transformadas em postos de atendimento e 31 superintendências em diversos municípios serão encerradas, confirmando o plano de reestruturação financeira da Instituição.

Com a implantação definitiva dessas medidas, cidades pequenas do interior da Bahia, por exemplo, sofrerão diretamente com o impacto financeiro no comércio local, já que em muitas delas o Banco do Brasil é a única instituição operante, ou, se houver outras, fica sempre para o BB a posição de destaque, pois é o Banco geralmente responsável por centralizar a gestão de valores e títulos nos municípios com menor estrutura.

O fechamento das agências do Banco do Brasil reduzirá significantemente a circulação de dinheiro nas cidades menores, dificultando a compra de bens de consumo em espécie, o que forçará a população a utilizar novos hábitos, como o uso de cartão de débito/crédito ou voltar a fazer compras pelo antigo método da “caderneta”, o conhecido “fiado”.

Municípios da região de Inhambupe, como Sátiro Dias, Aporá, Olindina e Crisópolis, que terão as suas agências fechadas definitivamente nas primeiras semanas de 2017, correm o sério risco de sofrer com a ausência desse “gigante” do setor bancário, apesar da tentativa de amenizar tal realidade com a instalações de pequenos postos de atendimento, semelhantes aos atuais “Bancos Postais”, que funcionam em convênio com as agências dos Correios.

Ao que parece, a solução apresentada para essas cidades será utilizar a agência de Inhambupe, localizada em ponto central nessa região, com acesso fácil pela BR 110, cujo Banco foi reaberto no início deste mês, na contramão da tendência nacional de fechamento, e encontra-se com estrutura física capaz de suportar a demanda da população do seu entorno, ainda que com algumas limitações, sanáveis, então, com a utilização do segundo andar do prédio, hoje ocupado pela quase extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A (EBDA).


Essa decisão tomada pelos órgãos superiores do Banco do Brasil, aliada à redução do valor dos repasses do governo federal para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a crise financeira que assola inúmeras cidades Brasil afora, por outro lado, demonstra uma tendência forte de enfraquecimento dos pequenos municípios, o que pode levar, num futuro próximo, à fusão ou incorporação, uma pelas outras, de muitas cidades na Bahia, reformulando o mapa geográfico e político do Estado, inclusive com o fechamento definitivo de prefeituras e câmaras municipais nas localidades afetadas, extinguindo-se, como consequência, os cargos de prefeito e vereador. Reportagem elaborada pelo Blog Ronaldo Leite, por sugestão de Diego Brandão.

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