O
ditador cubano Fidel Castro, que completa 90 anos neste sábado, dos quais
32 passou ocupando a presidência de seu país, escreveu uma longa carta
agradecendo aos cubanos por seu apoio e novamente criticando o presidente dos
EUA, Barack Obama. “Quero expressar minha mais profunda gratidão pelas
demonstrações de respeito, cumprimentos e elogios que recebi nos últimos dias,
o que me dá forças para retribuir com ideias que transmitirei a militantes do
partido e organizações relevantes”, escreveu na mensagem divulgada pela
mídia estatal de Cuba.
Ao longo da carta,
ele relembra momentos de sua infância e juventude. Também critica Obama, que
parece ter irritado o líder revolucionário ao pedir, durante uma viagem a Cuba,
em março, que os cubanos olhem para o futuro. Fidel Castro, que durante o
período em que esteve no poder impediu a criação de partidos de oposição e
cerceou a liberdade de imprensa, também considerou que o presidente
americano não foi suficientemente enfático em seu pedido de desculpas aos
japoneses, durante uma visita a Hiroshima, em maio.
Fidel se
afastou do poder em 2006, por motivos de saúde, e deixou o governo nas mãos de
seu irmão, Raúl Castro, então vice-presidente.
Nas últimas
semanas, centenas de atividades foram anunciadas em sua homenagem, desde a
conclusão de moradias populares até o reflorestamento de áreas ao redor de seu
povoado natal de Birán. Em casas e comércios da ilha foram colocadas fotos do
líder. As comemorações são relativamente discretas em comparação aos eventos de
larga escala planejados para seu aniversário de 80 anos. Neste sábado, a mídia
estatal mostrou imagens do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chegando em
Havana. Uma homenagem a Fidel está programada para um teatro da capital no
domingo à noite.
A aparição pública
mais recente de Fidel foi em abril, no encerramento de um congresso do Partido
Comunista Cubano. Na ocasião, o líder pediu que Cuba mantenha seus ideais socialistas,
em meio à normalização das relações com os EUA.
A necessidade de
laços econômicos mais estreitos com os EUA se tornou mais urgente por causa da
crise na Venezuela, principal aliado de Cuba. Com a economia venezuelana em
queda livre, diminuiu o fluxo de petróleo subsidiado para Cuba. Enquanto isso,
milhares de cubanos estão emigrando para os EUA, diminuindo a oferta de mão de
obra qualificada na ilha.
O turismo,
segmento mais próspero da economia local, deve receber um impulso considerável
com a retomada dos voos comerciais entre Cuba e os EUA, em 31 de agosto.|veja - Imagem da internet