O salário mínimo atual no Brasil é de 880 reais mas
teria que ser 4,5 vezes maior, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos).
R$
3.992,75 seriam o mínimo suficiente para "suprir as despesas de um
trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte, lazer e previdência".
A base para o
cálculo, feito todo mês desde 1994, é a cesta básica mais cara do país.
Os R$
3.992,75 de julho são o valor mais alto da série histórica e representam alta
de 52 reais sobre os R$ 3.940,24 de junho.
Em
julho do ano passado, o salário mínimo necessário estava em R$ 3.325,37,
equivalente a 4,2 vezes o salário mínimo nominal na época, de 788 reais.
Salário mínimo oficial
De
acordo com cálculo também do Dieese, o salário mínimo oficial teve alta real
(descontada a inflação) de 77% entre 2002 e 2016.
A lei
atual determina que o reajuste anual do salário mínimo tem como base a soma da
variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior,
acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes.
Já que
o PIB ficou parado em 2014 e teve queda em 2015, o que vai se repetir em 2016,
o próximo aumento real ficará para 2019 - e isso se a regra não mudar até lá e
se 2017 tiver crescimento.
Uma
alta expressiva do salário mínimo de uma vez só poderia ter consequências
econômicas indesejadas. Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves
explica o porquê:
"O
que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (...)
Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão
ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa
não vale esses R$ 3.700?".|exame