Jean-Marie Faustin Goedefroid de
Havelange, mais conhecido como João Havelange, morreu nesta terça-feira, aos
100 anos. A informação foi publicada no início desta manhã pela Band News, e
confirmada pelo Hospital Samaritano de Botafogo, Rio de Janeiro. Presidente da
Fifa por 24 anos, o carioca, nascido em 8 de maio de 1916, chegou a ser
internado em julho, no mesmo local, por causa de uma pneumonia.
Havelange exerceu ainda a função
de presidente de honra da Fifa, mas renunciou ao cargo em 2013, após a investigação
do caso ISL. Em 2011, ele também havia deixado de ser membro do COI. O
brasileiro teve como substituto e pupilo na Fifa justamente Joseph Blatter,
afastado recentemente de suas funções também por suspeitas de envolvimento em
casos de corrupção.
Filho de um comerciante belga que
fez fortuna no Rio de Janeiro, João Havelange chegou a ser atleta de diferentes
modalidades. Mas destacou-se mesmo como dirigente esportivo: primeiro na CBD,
depois no COI e por último na Fifa, da qual se tornou um dos presidentes mais
emblemáticos.
Havelange foi eleito mandatário
da entidade máxima do futebol em 1974, entrando no lugar do inglês Sir Stanley
Rous. O brasileiro ficou no cargo mais importante desse esporte centenário até
1998, quando foi substituído por Blatter.
Segundo o próprio site da Fifa,
João Havelange comandou a entidade em um “período de profundas mudanças na
organização”. Dentre as principais alterações, está o aumento no número de
países na Copa do Mundo (de 16 para 32), o aumento do interesse comercial nos
eventos e globalização do esporte.
O brasileiro ajudou ainda a criar
novas competições de futebol. Entre elas estão os Mundiais Sub-17 e Sub-20, no
final da década de 80, e a Copa das Confederações e a Copa do Mundo feminina,
no início da década de 90. De acordo com informações da página da Fifa, o
número de funcionários da entidade aumentou de 12 para 120 na gestão de
Havelange.
Durante a era Havelange, a Fifa
organizou seis Copas do Mundo, mas a Seleção Brasileira ganhou apenas uma
delas, em 1994, nos Estados Unidos. Além de ter feito parte dessa entidade por
24 anos, o carioca também presidiu a CBD (Confederação Brasileira de
Desportos), de 1956 a 1974.
Naquela época, a confederação não
cuidava apenas do futebol, mas também de outros 24 esportes. Pode-se dizer,
então, que Havelange esteve à frente do futebol brasileiro em sua maior
ascensão, nas conquistas das Copas do Mundo de 1958, na Suécia, 1962, no Chile,
e 1970, no México.
Em 1963, João Havelange também
foi eleito para o COI (Comitê Olímpico Internacional). Em 2011, porém, ele
renunciou ao cargo, alegando problemas de saúde.|globoesporte