A seleção
brasileira precisava de uma atuação convincente para apagar a má impressão
deixada na estreia da Olimpíada. Passou bem longe disso. O Mané Garrincha, em
Brasília, foi novamente palco de um desastroso empate em 0 a 0, desta vez
contra o inexpressivo Iraque. Com um time desorganizado, ansioso e fora de
sintonia – Neymar e Gabriel Jesus, as duas principais esperanças, foram
péssimos – o Brasil completou 180 minutos sem marcar gols na Rio-2016. Saiu vaiado e aos gritos
de “Marta”, a estrela da seleção de futebol que encanta, a
feminina. Agora, terá que vencer a Dinamarca, dia 10, na Fonte Nova, em
Salvador, para evitar mais um vexame histórico.
A vitória
da Dinamarca na preliminar – 1 a 0 sobre a África do Sul – colocou ainda mais
pressão na equipe anfitriã antes da partida. E apesar de melhorar o rendimento
em relação ao jogo contra os africanos, o drama das finalizações persistiu.
Gabriel Jesus, mais uma vez, errou quase tudo que tentou, inclusive duas
chances claras de gol na primeira etapa. Gabriel Barbosa estava mais aceso e
levantou a torcida com dribles e até balançou as redes na única chance que
teve, mas o árbitro assinalou impedimento de Neymar no início da jogada.
O capitão da
equipe, por sua vez, recebeu o carinho da torcida, mas criou pouco e esteve
péssimo nas bolas paradas. Muito marcado, Neymar se irritou com a truculência
dos iraquianos. O adversário parecia pré-disposto a desestabilizar os
brasileiros com provocações e muita “cera” do goleiro Mohammed Hameed. Até
mesmo o sempre sereno técnico Rogério Micale se estranhou com o treinador
adversário, Abdul Al Ghazali.
Apostando
nos contra-ataques, o Iraque por pouco não marcou em falha de Weverton. Após
cobrança de lateral, o goleiro do Atlético-PR saiu mal e Abdul-Raheem cabeceou
na trave. A melhor chance brasileira veio já no fim da primeira etapa,
com Renato Augusto, que aproveitou sobra na área e chutou com força no
travessão. O camisa 5, porém, novamente demonstrou pouca mobilidade – ajudou
pouco na marcação e não abasteceu o ataque, assim como Felipe Anderson, sumido.
O lateral-direito Zeca foi um importante desafogo para o time e também
finalizou com perigo.
O
técnico Micale não encontrava soluções com os 11 em campo e mexeu logo no
início da segunda etapa: Luan e Rafinha Alcântara nas vagas de Felipe Anderson
e Jesus – o palmeirense foi bastante vaiado. A paciência da torcida terminou
aos 10 minutos, quando os primeiros gritos de “Marta” foram ouvidos no Mané
Garrincha. Renato Augusto também encarou a fúria da torcida, que vaiou cada um
de seus toques na bola.
A
ansiedade tomou conta do time e foram raras as chances de gol. Numa delas,
Neymar voltou a acertar a barreira em cobrança de falta. Nervoso, o time errou
praticamente todas as escolhas e ainda viu o Iraque ser mais perigoso nos
contra-ataques. O Brasil, porém, teve uma chance de ouro para vencer, já no
fim: após boa jogada e Zeca pela direita, Renato Augusto recebeu livre, sem
goleiro, mas bateu de canela por cima. Gabigol ainda tentou cavar um pênalti,
mas não conseguiu enganar o árbitro. No fim, o time aplaudido foi o Iraque, que
só precisa de uma vitória sobre a África do Sul para avançar na próxima rodada.