O
deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi
eleito na madrugada desta quinta-feira (14) o presidente da Câmara dos Deputados.
O parlamentar venceu em segundo turno contra Rogério Rosso
(PSC-DF) por 285 votos a 170. Maia se classificou para o segundo turno em
primeiro lugar, com 120 votos.
Foram
mais de 7 horas de sessão, com 14 candidatos inscritos para o mandato “tampão”
até fevereiro de 2017. A votação foi realizada em 14 urnas eletrônicas, com
voto secreto.
"Eu nunca imaginei que poderia estar disputando a
presidência da Câmara dos Deputados", disse em plenário. "Eu vou ser
um de 513. Nós vamos governar essa casa juntos".
O deputado era o nome que representava a antiga oposição a Dilma Rousseff(PT), com apoio em bloco de partidos
como o PSDB, PSB, PPS e DEM. O deputado derrota o nome preferido do presidente
em exercício Michel Temer (PMDB), que buscava unificar a Câmara
articulando com o “centrão”.
Como prevenção, o governo interino se manteve oficialmente
isento na disputa para não criar animosidades. Acontece que os mais de 200
deputados do “centrão” são grupo fundamental para aprovar medidas de ajuste
fiscal que Temer pretende enviar ao Congresso.
O desafio de Temer agora é estancar o sentimento de revanchismo
dos pequenos partidos, que podem se sentir desprestigiados. Maia tem bom
trânsito para isso: está no quinto mandato como deputado federal.
O QUE FAZ O PRESIDENTE?
O presidente da Câmara dos Deputados é o máximo representante da
Casa e o segundo na linha de sucessão no Palácio do Planalto. Está atrás apenas
do vice-presidente.
Caso o processo de impeachment da presidente afastada Dilma
Rousseff (PT) se consolide, ele sobe um posto e será o mandante toda vez que o
Michel Temer (PMDB) se afastar do poder, por licença ou viagens oficiais.
Como dispõe no artigo 17 do Regimento Interno da Câmara, cabe ao
presidente também a convocação da Ordem do Dia e organização, junto aos líderes
dos partidos, das pautas apreciadas na Casa.
Um presidente simpático ao projeto de governo coloca à frente
pautas prioritárias para o poder Executivo e bloqueia as “pautas-bomba” que
tanto assombraram a gestão de Dilma na era Cunha.|exame