O
presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oficializou a renúncia
ao cargo de presidente da Casa no início da tarde desta quinta-feira. Cercado
de aliados, Cunha comunicou sua decisão no Salão Verde. Cunha leu durante 7
minutos um carta entregue à Mesa Diretora da Casa e em alguns momentos se
emocionou.
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Sofri e sofro perseguições em função de pautas abordadas e estou pagando um
alto preço por ter dado início ao impeachment - disse Cunha, acrescentando:
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Resolvi ceder ao apelo generalizado dos meus apoiadores. É público e notório
que a Casa está acéfala devido a uma interinidade bizarra.
Cunha
está proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de comparecer à Câmara. Ele
ainda não explicou se recebeu uma autorização especial.
Oficializada
a renúncia, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), tem cinco
sessões para realizar eleição do novo presidente para o mandato tampão até 1º
de fevereiro de 2017. Mesmo enfraquecido, Cunha tenta eleger um aliado. O mais
cotado é o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).
Segundo
líderes aliados, a avaliação é de que a situação de Cunha piorou muito e que,
se a votação na Comissão de Consitituição e Jsutiça (CCJ) de seu recurso fosse
hoje, ele seria derrotado. A renúncia seria uma tentativa de fazer com que
aliados e o próprio governo Temer ajudassem a aprovar o recurso na CCJ,
ganhando tempo, para trabalhar também a votação no Conselho de Ética e jogar
para meados do próximo semestre a votação em plenário.|oglobo