O ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró deixará a prisão no próximo dia 24 de junho, mas terá
que devolver aos cofres públicos mais de R$ 18 milhões por conta da sua
participação no esquema de corrupção da estatal, revelado pela Operação
Lava-Jato.
Os
valores serão devolvidos para a estatal e a para União. Além da quantidade em
dinheiro, ele também terá que repassar à Petrobras 10.266 ações da empresa. Se
não cumprir o combinado, ele poderá perder imóveis, terrenos e uma fazenda que
ele tem em cidades como Rio, Petrópolis e Teresópolis.
Ao deixar a cadeia
nas próximas semanas, ele terá que cumprir prisão domiciliar, não podendo se
ausentar da sua casa pelo prazo de um ano e seis meses.
Os termos
do acordo de delação premiada foram negociados com a Procuradoria-Geral da
República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano
passado. Nesta quarta-feira, 2, o documento foi tornado público.
O acordo
foi fechado depois de vir à tona o esquema do ex-senador Delcídio Amaral (sem
partido-MS) para tentar comprar o silêncio de Cerveró e evitar que o ex-diretor
fizesse a delação.
Ex-diretor
da área internacional da Petrobras, ele está preso desde janeiro de 2015. Em
sua delação, ele afirma que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu sobre a
compra da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos e que ele "supõe"
que soubesse que políticos do PT recebiam propina.
Ele
também implica políticos do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros
(AL), que teria lhe chamado em seu gabinete para reclamar da "falta de
propina".
Cerveró
também afirma que entre as supostas irregularidades que presenciou na Petrobras
durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) está a
contratação de uma empresa ligada ao filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso.|em.com.br