O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), todos do PMDB,
por supostamente tentarem barrar a operação Lava Jato.
Os pedidos estão com o ministro
Teori Zavascki, do STF, há mais de uma semana, segundo reportagem de Globo
desta terça-feira.
Janot também solicitou o
afastamento de Renan da presidência do Senado, usando os mesmos argumentos
empregados na destituição de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara e do
mandato de deputado.
A PGR se baseou nas conversas
gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator da Lava
Jato, em que os caciques do PMDB fazem comentários sobre a Lava Jato. Jucá, por
exemplou, tratou da saída da presidente Dilma Rousseff como formar de “estancar
a sangria” da operação.
Renan, por sua vez, defendeu
mudanças na lei das delações premidas – o que já era sua posição pública.
Segundo ele, uma simples opinião não pode ser criminalizada. Sarney sugeria
caminhos para construir pontes entre Sergio Machado e o ministro Teori
Zavascki, que passariam pelo ex-ministro do STJ César Asfor Rocha.
Para os procuradores, os áudios
são muito mais graves do que as provas que levaram o ex-deputado Delcidio do
Amaral à prisão, em novembro.
Em acordo de delação premiada
Machado disse que distribuiu R$ 70 milhões em propina para políticos do PMDB
durante os 12 anos que esteve na Transpetro. Os políticos alegam que não receberam
recursos de Machado.
Comenta-se que Machado e seus
familiares devolverão mais de R$ 1 bilhão em seus acordos de delação premiada.