O ministro da Saúde em
exercício, Agenor Álvares da Silva, afirmou que recursos para Farmácia Popular
e para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) são suficientes
somente até agosto. Depois disso, uma solução terá de ser encontrada para financiar
os dois programas.
"Será
preciso encontrar uma forma de pagamento", disse, ao sair de reunião no
Conselho Nacional de Saúde. Álvares da Silva confirmou ainda que recursos não
serão suficientes para honrar compromissos de procedimentos de média e alta
complexidade, como cirurgias e internações, a partir de dezembro.
A
dificuldade no pagamento de contas é fruto de uma redução na previsão do
orçamento para o Ministério da Saúde em 2016, no valor de R$ 5,5 bilhões.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o aperto nas contas começou a ser
sentido há alguns meses.
Propostas
de novas atividades e solicitação de recursos vêm recebendo resposta negativa
em razão do aperto.
—
Diante da redução das verbas, procuramos no primeiro momento controlar os
gastos discricionários. Depois de algum tempo, no entanto, eles chegarão também
a procedimentos como repasses para procedimentos como cirurgias.
A
falta de verbas afetaria, de acordo com Álvares da Silva, o Aqui Tem Farmácia
Popular, um dos desdobramentos do programa inicial, em que estabelecimentos
comerciais vendem medicamentos para rinite, colesterol, mal de Parkinson,
glaucoma, osteoporose anticoncepcionais e fraldas geriátricas. O preço não é
cobrado da população, mas é reembolsado pelo Ministério da Saúde aos
estabelecimentos.
— A
partir de setembro, vamos ver como esse repasse terá de ser feito para as
farmácias credenciadas.
Uma
das preocupações é a falta de recursos também para procedimentos de média e
alta complexidade. O problema já aconteceu há dois anos, causando uma onda de
protestos entre prestadores de serviços. Em setembro de 2015, o então ministro
da Saúde, Arthur Chioro, poucos dias antes de deixar a pasta, já havia
alertado, em entrevista ao Estado, sobre a dificuldade para quitar as contas em
2016.
Ao
longo deste ano, a pasta afirmou que problemas seriam resolvidos a tempo.
Álvares da Silva disse ter esperança de que uma solução será encontrada.
Despedida
Nesta
quinta-feira (5), o ministro fez um discurso em tom de despedida no Conselho
Nacional de Saúde. Ao ouvir reivindicações de representantes do Conselho
Federal de Psicologia, rebateu: "Estou de saída. Agora é com novo
ministério".
A
poucos dias de deixar o cargo, o ministro afirma que a pasta está trabalhando
para deixar pelo menos duas áreas resolvidas. "Todas as providências da
Olimpíada estão tomadas. Compra de soros, equipes, ambulâncias", disse.
Outro ponto que, de acordo com ele, já foi acertado é o de combate a
arboviroses. "Fizemos o que tinha de ser feito."|r7.com