Em sua primeira fala como presidente interino, Michel Temer
(PMDB), que deu posse no início da noite nesta quinta-feira a 23 ministros,
repetiu a mesma tecla que vem usando ultimamente, além de mencionar "um
governo de salvação nacional". "Reitero que é urgente pacificar
a nação e unificar o Brasil", afirmou, após uma cerimônia com
parlamentares, governadores e novos ministros entusiasmados.
Ele próprio comentou o entusiasmo. "Eu pretendia que essa
cerimônia fosse extremamente sóbria e discreta, como convém para o momento.
Entretanto, eu vejo entusiasmo dos colegas parlamentares, dos senhores
governadores e tenho absoluta convicção que esse entusiasmo deriva da longa
convivência que tivemos ao longo do tempo", disse.
Temer prometeu manter os programas sociais dos governos do PT.
"O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o ProUni... são programas que
deram certo e precisam ser aprimorados", disse. E destacou que a
Operação Lava Jato "tornou-se referência e como tal deve ter
prosseguimento". Temer foi acusado por apoiadores do governo da presidente
afastada Dilma Rousseff de querer barrar as investigações quando assumisse.
Alguns de seus ministros são alvos da investigação e passam agora a ter foro
privilegiado - só podem ser investigados pelo STF.
O peemedebista também falou em "estancar o processo de
queda livre na atividade econômica" e no "equilíbrio das contas
públicas". "A primeira medida já está aqui representada, já
eliminando vários ministérios da máquina pública", exemplificou. Destacou
também que "o diálogo é o primeiro passo para enfrentarmos os desafios
para avançar e garantir a retomada do crescimento".
Temer definiu o momento atual como "ingrato". "Não
é momento para celebrações, mas para reflexões", analisou. Agradeceu
à presidente Dilma Rousseff, mas alfinetou a fala da presidente em dois pontos:
ressaltou o respeito às instituições do País - em contraponto à afirmação de
Dilma de que o processo de impeachment é um golpe - e defendeu que as
palavras não sejam "propagadoras do mal entre os brasileiros".
Leia a lista de ministros empossados na reportagem da Agência
Brasil:
Temer dá posse a novos
ministros; número de pastas cai de 32 para 23
Sabrina Craide e Paulo Victor Chagas - O presidente interino
Michel Temer deu posse aos novos ministros de seu governo, no Palácio do
Planalto. Como medida de economia, Temer reduziu o número de ministérios de 32
para 23.
Sete ministros são do PMDB. O ministério de Temer também contempla
nomes do PP, do PSDB, do PSD, do DEM, do PRB, do PTB, do PSB e do PR.
Entre as mudanças estão a fusão das pastas de Comunicações com a
de Ciência e Tecnologia, e a incorporação da Secretaria de Aviação Civil e da
Secretaria de Portos, que tinham status de ministério, ao Ministério dos
Transportes.
O Ministério de Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e
Igualdade Racial foi incorporado ao Ministério da Justiça, que passou a se
chamar Ministério da Justiça e Cidadania.
Os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do
Desenvolvimento Agrário viraram o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário. Os ministérios da Educação e da Cultura também foram unidos em uma
única pasta. A Controladoria-Geral da União passa a se chamar Ministério da
Fiscalização, Transparência e Controle.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a
Chefia de Gabinete, a Advocacia-Geral da União e o Banco Central perderam
status de ministério. O Gabinete de Segurança Institucional passou a ser
considerado um ministério do governo Temer. O advogado-geral da União será
Fábio Osório Medina.
Veja
a lista dos atuais ministros do governo Temer:
-
Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
- Raul Jungmann, ministro da Defesa
- Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
- Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo
- Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
- Bruno Araújo, ministro das Cidades
- Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
- Henrique Meirelles, ministro da Fazenda
- Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura
- Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil
- Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário
- Leonardo Picciani, ministro do Esporte
- Ricardo Barros, ministro da Saúde
- José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente
- Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo
- José Serra, ministro das Relações Exteriores
- Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho
- Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania
- Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil
- Marcos Pereira, Ministério da Indústria e Comércio e Serviços
- Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e
Controle (ex-CGU)
– Fernando Bezerra Filho - Ministro de Minas e Energia
- Helder Barbalho - Ministro da Integração Nacional |brasil247