Caso assuma
o comando do País com o afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado
nesta semana, o vice-presidente Michel Temer não terá direito a qualquer
cerimônia de posse. Ele passará a ser presidente interino automaticamente,
depois da notificação de Dilma, feita pelo primeiro-secretário do Senado,
Vicentinho Alves (PR-TO), de que foi destituída do cargo por até 180 dias,
período em que deverá ser julgada pelos senadores pelo crime de
responsabilidade.
O curioso é que Temer poderá realizar cerimônias
de posse para todos os ministros que for empossar. O vice já avisou auxiliares
que trocará todos os ocupantes do primeiro escalão do governo Dilma, mas a
prioridade, segundo interlocutores, é empossar inicialmente os ministros que
despacham no Palácio do Planalto e os integrantes da equipe econômica.
O presidente em exercício discute publicar
uma edição extra do Diário Oficial da União no dia que assumir o comando do
País com as indicações de Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima
(Secretaria de Governo), Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá
(Planejamento).
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre
Tombini, não será trocado nessa primeira leva. Ele deverá permanecer no cargo
até pelo menos a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
marcada para os dias 7 e 8 de junho. Isso porque os nomes do presidente do BC e
dos demais diretores da autoridade monetária precisam ter suas nomeações
aprovadas após sabatina do Senado.
Uma das ideias em discussão entre pessoas
próximas de Temer é realizar uma cerimônia de posse coletiva dos ministros no
Palácio do Planalto na segunda-feira, 16. Esse ato poderia servir para marcar
simbolicamente a troca de governo. Contudo, está tudo em aberto.
Diante da previsão de que a discussão e a
votação no plenário do Senado pode avançar para além da quarta-feira, 11, dia
previsto para a votação do afastamento de Dilma, a notificação da petista, se
for instaurado o processo de impeachment contra ela, poderá ocorrer na
quinta-feira (12) ou mesmo na sexta-feira (13). Só após isso que Temer poderá
atuar com plenos poderes.Fonte: Estadão