A presidente Dilma Rousseff se manifestou, através do Facebook,
sobre a reação do mundo contra o golpe em curso no Brasil. Segundo ela, "a
reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião
pública mundial, entre eles o Secretário-Geral da OEA, expressa a indignação
internacional diante da farsa jurídica aqui montada".
"Ao mesmo tempo, revela a
preocupação de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se
espalhar por outras partes do mundo, especialmente na América Latina,
promovendo a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes
conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos",
reforçou.
Dilma ainda diz que
"forças partidárias, como as que pretendem agora conduzir a política
externa brasileira – tradicionalmente submissas às grandes potências – não têm
autoridade política ou moral para invocar o princípio da soberania, sobretudo
quando têm costumeiramente praticado a ingerência nos assuntos internos de
outros países da região".
Mais cedo, Serra foi
repreendido por Ernesto Samper, secretário-geral da Unasul, que disse que não
iria discutir com um "chanceler interino" (leia aqui).
Abaixo o texto na íntegra:
O mundo preocupado com o golpe no Brasil
Na tentativa de justificar o
ataque ao Estado Democrático de Direito conduzido por partidos políticos,
empresários, oligopólios da informação e corporações, o Ministério Interino de
Relações Exteriores do Brasil emitiu notas criticando governos
latino-americanos e o Secretário-Geral da Unasul, Ernesto Samper, por
denunciarem o golpe parlamentar que afastou Dilma Rousseff da Presidência da
República.
A reação de governos
estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial, entre
eles o Secretário-Geral da OEA, expressa a indignação internacional diante da
farsa jurídica aqui montada. Ao mesmo tempo, revela a preocupação de que essas
práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do
mundo, especialmente na América Latina, promovendo a desestabilização de
governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas
alcançadas nos últimos 15 anos.
Forças partidárias, como as que
pretendem agora conduzir a política externa brasileira – tradicionalmente
submissas às grandes potências – não têm autoridade política ou moral para
invocar o princípio da soberania, sobretudo quando têm costumeiramente
praticado a ingerência nos assuntos internos de outros países da região.
Governos e povos da América
Latina estão também preocupados com as ameaças que o novo ministro
recorrentemente fez ao Mercosul e com sua disposição de estabelecer acordos
econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional.
Fieis e gratos à solidariedade
que estamos recebendo do mundo inteiro, nos sentimos mais fortalecidos em nossa
disposição de resistir ao golpe que se pretende consumar contra nossa
democracia.
Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Presidenta Dilma Rousseff