A presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu que a
aprovação do seu afastamento por 180 dias no Senado é inevitável, aponta
reportagem da Folha publicada nesta quarta-feira (27). De acordo com o jornal,
a mandatária confidenciou o seu sentimento sobre a votação da abertura do
processo de impeachment a aliados.
A petista teria decidido estabelecer uma agenda,
chancelada pelo ex-presidente Lula, para defender o seu mandato e impedir que o
vice Michel Temer (PMDB) – segundo na linha sucessória – se aproprie de
projetos e ações do seu governo.
Para afastar a tese de paralisia na gestão, a meta é
manter a mobilização da militância do seu partido e intensificar o mantra de
que ela é “vítima de um golpe” e que a eventual posse do peemedebista é
“ilegítima”. Dilma pediu ainda para a sua equipe “limpar as gavetas” para
“apressar” as medidas que estão prontas ou próximas de serem finalizadas, a fim
de que o anúncio ocorra antes do pleito no Congresso, previsto para o próximo
dia 11 de maio.
Entre elas estão as licitações de quatro aeroportos
Porto Alegre, Fortaleza, Florianópolis e Salvador), concessões de portos e
normas tributárias, como mudanças no Supersimples. No período, também serão
anunciados a instalação do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), a
prorrogação da permanência de estrangeiros no programa Mais Médicos e participações
em eventos e inaugurações.
A presidente avalia, inclusive, ir a São Paulo para o
evento promovido pelas centrais sindicais para o Dia do Trabalho (1º).