Os sete
ministros do PMDB vão
se encontrar na segunda-feira, em Brasília, para decidir se comparecem ao
encontro do diretório nacional do partido, na terça, que deve selar o
desembarque da legenda do governo Dilma Rousseff. Há uma disposição entre eles
de permanecer nos cargos. Para isso, eles devem usar o argumento de que um real
desembarque não implica somente na saída deles, mas de todos os mais de 2 mil indicados do PMDB a cargos em vários escalões do
governo. Alguns dos ministros devem conversar também com e pai de Leonardo
Picciani, líder do partido na Câmara e padrinho das nomeações de Marcelo Castro
para a Saúde e Celso Pansera para a Ciência e Tecnologia.
A pressão para que os ministros deixem seus
cargos cresceu agora que o PMDB do Rio,
aliado histórico dos governos petistas, resolveu retirar seu apoio à gestão de
Dilma. O diretório fluminense anunciou que vai votar majoritariamente a
favor do desembarque do governo na reunião. O vice-presidente da República e
presidente do partido,Michel Temer, foi informado
da decisão pelo presidente do PMDB do Rio, deputado Jorge Picciani, presidente
da Assembleia Legislativa (Alerj). Os dois se encontraram anteontem em um
hospital do Rio durante visita ao governador Luiz Fernando Pezão, que foi
diagnosticado com câncer.
Com essa ala do PMDB deixando o governo, o
restante do partido deve seguir a mesma direção. O rompimento também torna a
vida da presidente Dilma na Câmara bem complicada caso o impeachment seja
levado adiante pela comissão especial. A bancada do PMDB do Rio tem 12
deputados e é a maior do partido na Casa. De acordo com o jornal O Globo, o Planalto se preocupou
com o anúncio e acionou o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para
telefonar para o ex-governador Sérgio Cabral, um dos caciques da legenda no
Rio. Eduardo Paes, prefeito do Rio, também foi procurado. Ambos disseram que
nada mais poderia ser feito.|epoca