O ex-presidente do PP Pedro Corrêa, preso na Lava Jato, está fechando
uma delação bombástica – e o foco principal são episódios envolvendo o
ex-presidente Lula
Em
seu pedido de busca e apreensão para a 24ª fase da Operação Lava Jato, os procuradores da força-tarefa expuseram a anatomia do
petrolão: “A estrutura criminosa perdurou por, pelo menos, uma década. Nesse
arranjo, os partidos e as pessoas que estavam no governo federal, dentre elas Lula,
ocuparam posição central em relação a entidades e indivíduos que diretamente se
beneficiaram do esquema”. Os investigadores ainda reforçam que a corrupção só
se alastrou devido a “vinculação de legendas políticas que compunham a base
aliada do governo federal”. Um exemplo disso, destacado pelo próprio Ministério Público Federal, é o ex-deputado Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP) e preso na Lava Jato há quase um ano. Ele era o
responsável por garantir a sustentação de seu partido ao governo. Em troca,
recebia as propinas geradas a partir dos contratos fechados na diretoria de
abastecimento da Petrobras, comandada pelo delator Paulo Roberto Costa. Aos 68 anos de idade, Pedro Corrêa, que teve seis mandatos
no Congresso desde a década de 1970 e foi condenado no mensalão, sabe de muita
coisa. Testemunhou episódios marcantes da história da República, do general
João Figueiredo a Dilma Rousseff. E com base em suas próprias experiências,
relatadas em primeira pessoa, ele avança em sua negociação de delação premiada,
que está prestes a ser assinada. De acordo com o ex-parlamentar, Lula sabia da
existência do petrolão e sabia da função exercida no esquema pelo ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa.|época - (Foto: Sergio Lima/Folhapress)