A defesa do
senador Delcídio do Amaral (PT-MS) divulgou nota pública em que “não confirma”
as informações publicadas em reportagem de hoje (3) da revista IstoÉ. A
reportagem diz que o parlamentar firmou acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal (MPF).
“À partida, nem o senador Delcídio, nem sua
defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora
Bergamasco. Não conhecemos a origem, tão pouco reconhecemos a autenticidade dos
documentos que vão acostados ao texto”, diz a nota assinada pelo advogado
Antônio Augusto Figueiredo Basto e pelo próprio senador.
Senador Delcídio do Amaral divulga nota e não
confirma delação premiadaWilson Dias/Agência Brasil
A nota diz ainda que Delcídio não foi procurado pela reportagem da IstoÉ para se manifestar sobre “a fidedignidade” dos fatos relatados. E conclui dizendo que “o senador Delcídio do Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República”.
A reportagem da revista diz que, na delação
premiada, Delcídio teria feito denúncias contra a presidenta Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a revista, o senador teria
informado que procurou a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por
determinação de Lula para tentar impedir que Cerveró firmasse acordo de delação
premiada com o Ministério Público em outubro do ano passado. De acordo com a revista,
a Dilma Rousseff teria interferido nas investigações da Operação Lava Jato.
Sobre se teria firmado um acordo de delação
premiada, a defesa e o senador não mencionam. Se de fato existir, e para ser
válido, o acordo precisa da homologação do ministro do Supremo Tribunal
Federal, Teori Zavascki, responsável pelos inquéritos da Lava Jato na Corte.
Depois disso, Delcídio ainda terá que apresentar provas do que disser no
âmbito da delação premiada.
Prisão de Delcídio
O senador foi preso no dia 25 de novembro de
2015 depois que Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, entregou ao
Ministério Público o áudio de uma reunião na qual Delcídio propunha o pagamento
de R$ 50 mil por mês à família e um plano de fuga para o ex-diretor deixar o
país, que estava preso em Curitiba. O senador garantia ainda que poderia
interferir junto a alguns ministros do Supremo para conseguir um habeas corpus
para Nestor Cerveró.
Delcídio foi solto no dia 18 de fevereiro sob
condição de se manter em recolhimento domiciliar, podendo deixar a sua
residência apenas para ir ao Senado trabalhar e retornando no período noturno.
No entanto, ele apresentou pedido de licença por 15 dias para fazer exames.
O senador enfrenta uma representação no
Conselho de Ética e apresentou defesa alegando que se apresentou à família de
Cerveró como amigo e não como parlamentar. Ele também argumenta que não chegou
a procurar nenhum ministro do STF para tentar interferir a favor da soltura de
Nestor Cerveró. Fonte: Agência Brasil