O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e
mais seis acusados foram indiciados pela Delegacia Fazendária (Delfaz) por
cometerem crime de corrupção ativa e lavagem de dinheiro na estatal elétrica
Furnas, do grupo Eletrobras. A indicação foi apresentada neste sábado
(27) ao Ministério Público Estadual (MPE), após dez anos do surgimento das
primeiras informações sobre o esquema que ficou conhecido como "a lista de
Furnas".
Entre os envolvidos estão empresários, lobistas e
políticos, que, segundo a delegada de polícia Renata Araújo, responsável pelo
caso, teriam desviado R$ 54,9 milhões na contratação de empresas para a
construção de usinas térmicas nos municípios fluminenses de São Gonçalo e
Campos dos Goytacazes. O esquema ocorreu no período de 2000 a 2004, sob a
liderança do então diretor de Planejamento, Engenharia e Construção, Dimas
Fabiano Toledo, que não chegou a ser indiciado por ter mais de 70 anos e, por
isso, ser coberto pelo benefício de prescrição do crime
Além de Jefferson, são acusados os lobistas Nilton
Antônio Monteiro, Pedro Pereira Terra, Walter Annicchino, Sérgio José
Annicchino, Dieikson Barbosa e Ademir Carnevalli Guimarães.
O relatório da Delfaz contém 38 páginas, entregues
ao MPE junto com 28 caixas do inquérito, iniciado na Justiça Federal. Em nota,
a delegacia informa que "há provas (da existência) de um esquema de
arrecadação de vantagens indevidas (propinas)." Obras e serviços
contratados por Furnas teriam sido superfaturados para permitir "o
financiamento de campanhas políticas" e também para promover o
"enriquecimento ilícito de agentes públicos, políticos, empresários e
lobistas".
Roberto Jefferson não foi localizado pela equipe de
reportagem para comentar a acusação.|ig