Um grupo de
deputados da Rede Sustentabilidade, do PSOL, do PR e do PT entregaram na noite
desta quarta-feira (3), ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),
Ricardo Lewandowski, um ofício em que defendem o afastamento do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O
documento é assinado por Chico Alencar, Jean Wyllys e Glauber Braga (todos do
PSOL - RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Ivan Valente (PSOL-SP), Alessandro
Molon (Rede-RJ), João Derli (Rede-RS), Aliel Machado (Rede-PR), Eliziane Gama (Rede-MA)
e Clarissa Garotinho (PR-RJ). Além destes, compareceram ao Supremo o deputado
Henrique Fontana (PT-RS), que não assina o ofício.
Na
peça, os parlamentares enumeraram três motivos para justificar o pedido: as
contas de Cunha no exterior investigadas na Lava Jato; suas declarações
supostamente falsas à CPI da Petrobras, e as manobras adotadas por ele para
interferir nos trabalhos do Conselho de Ética da Casa, que analisa um pedido
que pode cassar seu mandato.
De acordo com os
deputados, os três itens revelam que Cunha exerce a presidência da Casa em
benefício privado, para autoproteção em investigações e usufrutos
inconstitucionais.
— Por
estas razões, estamos certos de que o Deputado Federal Eduardo Cunha não deve
continuar ocupando a cadeira de presidente da Câmara dos Deputados.
De
acordo com o grupo, a influência de Cunha sobre parlamentares impede que o
interesse público prevaleça nos trabalhos da Câmara. O ofício se soma ao pedido
da PGR (Procuradoria-Geral da República) de afastamento de Cunha da presidência
da Câmara e de perda do mandato como deputado.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, elenca "11 atos" que
justificam o requerimento, que foi protocolado no fim do ano passado. Entre
eles, além de mencionar os três itens citados pelos deputados, Janot menciona a
pressão exercida pelo peemedebista para intimidar adversários. O pedido, sob a
relatoria de Teori Zavascki, poderá ser analisado ainda em fevereiro.|r7.com