O prefeito Paulo Cezar (PDT) e o deputado federal Paulo Azi (DEM) deverão trilhar caminhos diferentes na eleição municipal de outubro. Na quinta-feira (18), eles se reúnem para discutir o cenário eleitoral de Alagoinhas, mas dificilmente chegarão a um acordo que os mantenha unidos.

Para um secretário municipal, que solicitou anonimato, a chance de Azi apoiar Sônia Fontes (PSB), a preferida do alcaide, é zero. Em política, sabem os mais velhos e experientes, o interesse dos grupos se sobrepõem ao desejo singular, unitário e pessoal. Ao declarar apoio ao médico Joaquim Neto, o prefeito ACM Neto definiu o rumo que seus aliados tomarão em Alagoinhas.

A vinculação entre Azi e Neto (ACM) é tão grande que não resta ao primeiro senão acompanhar a definição de seu líder político, um dos responsáveis diretos pela expressiva votação do deputado alagoinhense, que chegou ao parlamento federal com mais de 100 mil votos.

E mais: com o número (2526) usando por Neto em suas campanhas proporcionais (2002, 2006, 2010). A simbologia da política indica a grande proximidade entre os dois demistas.
A quebra da aliança administrativa/política terá resultados imediatos em termos de gestão, com a saída dos indicados por Paulo Azi da Prefeitura de Alagoinhas.

São dezenas de cargos. Alguns certamente prestarão vassalagem à futura candidata oficial para manter as posições na máquina pública.

Do ponto de vista eleitoral, a futura candidata do prefeito Paulo Cezar, segundo cálculos de gente que transita no Paço Municipal, perderá entre seis e dez mil votos.

Por conta disso e do risco embutido na candidatura, alguns cezistas já começam a falar em traição do grupo Azi, algo que não se sustenta, porque a histórica aliança esteve sedimentada a partir do nome do atual prefeito, que foi capaz de aglutinar em tono de si grupos que faziam oposição ao PT.

A dissenção criará problemas para os dois líderes, que terão que amealhar votos em segmentos semelhantes.

A máquina será ainda mais importante para Sônia Fontes visando compensar a perda do apoio azista. O prefeito terá à sua frente uma tarefa hercúlea.
Joaquim Neto ganhará neste primeiro momento. Mas é bom lembrar que candidato majoritário com a marca Azi sempre enfrentará resistências em diversos segmentos da comunidade alagoinhense.
Há mais de um ano, o Alagoinhas Hoje registrou como improvável a manutenção da aliança entre Paulo Cezar e Paulo Azi.
Mera questão de lógica da política, que muitos tentaram e ainda tentam camuflar.
Contorcionismo interesseiro daqueles que analisam a política a partir de seus umbigos.
Os rumos políticos de Paulo Cezar e Paulo Azi contribuirão para construir os cenários nos quais a eleição será disputada.
Um pode ganhar. Mas os dois podem perder.
A fixação do prefeito no nome de Sônia Fontes, não assumida publicamente, mas também nunca negada, com idas e vindas, manobras diversionistas e arroubos de quem naturalmente está no poder e pensa manietar o processo eleitoral, motiva o divórcio político.
A ênfase da senadora Lídice da Mata, que incluiu a ex-carlista no rol de amigos e correligionários de Rui Costa, tem peso na separação dos dois líderes políticos locais.
A dispersão dos vereadores José Edésio e Roberto Torres, bastante provável, e a debandada de outros aliados de Paulo Cezar tensionam ainda mais a pré-campanha da secretária de Infraestrutura, que parte para a disputa com a marca da desagregação, quando o ideal (nem sempre possível na política) seria somar apoios, construir pontes e estabelecer alianças qualitativas e quantitativas.


Os áulicos e vassalos sairão em sua defesa, construindo cenários inexistentes e tentando (apenas agora) desqualificar o peso eleitoral do grupo do deputado federal Paulo Azi. Pobres mortais. |alagoinhashoje

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