A
aceitação do pedido de abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi
criticado pelo jornal britânico "Financial Times", que atribuiu o
início dos procedimentos como atos de "políticos rivais tentando salvar a
própria pele em meio ao escândalo de corrupção."
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido de
impeachment, é descrito como um operador político habilidoso. "Cunha foi
acusado de esconder milhões de dólares de propina em contas na Suíça",
explicou o texto. "Ele achava que o partido da situação, o PT, iria protegê-lo.
Quando isso não aconteceu, ele deu início à tramitação do impeachment,
justificando que tratava-se de uma questão 'técnica'", acrescentou o
jornal.
O
texto ressalta, porém, que o impeachment de Fernando Collor, em 1992, não
conseguiu fazer o país deixar a corrupção de lado e que a operação que serviu
de inspiração à Lava Jato, a Mãos Limpas, da Itália, criou a "falsa
expectativa de que juízes podem renovar a política".
Por
fim, a publicação afirmou que a tramitação do impeachment só irá distrair
Brasília mais ainda da economia, problema mais sério do país. "Mas, em
meio à tristeza e à melancolia crescentes, há mudanças encorajadoras, até mesmo
exemplares".
O
jornal também elogiou a operação Lava Jato. |brasil247