Prestes
a ser cassado por suas contas secretas na Suíça e também acusado de prestar
favores ao BTG, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
decidiu aceitar nesta tarde o pedido de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff feito pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale e pela advogada
Janaína Paschoal, e abraçado pela oposição.
Segundo
Cunha afirmou em entrevista coletiva, a aceitação do pedido "tem natureza
técnica" e o processo seguirá seu rito "normal, com amplo direito ao
contraditório". O pedido de impeachment cita as "pedaladas
fiscais" pelo governo em 2014, segundo relatório do Tribunal de Contas da
União (TCU) que rejeitou as contas da gestão Dilma no ano passado, e a
continuidade dessa prática contábil em 2015.
Na
tarde desta quarta, o peemedebista tratou do assunto, em seu gabinete, com
deputados de PP, PSC, PMDB, DEM, PR e SD.
A
decisão do presidente da Câmara ocorreu poucas horas depois que a bancada do PT
decidiu que votará pela continuidade da ação no Conselho de Ética que pede a
sua cassação por quebra de decoro parlamentar.
Cunha
também anunciou que autorizou a criação da comissão especial que irá analisar o
processo de impeachment de Dilma. "Não falei com ninguém do Palácio.
É uma decisão de muita reflexão, de muita dificuldade. [...] Não quis ocupar a
presidência da Câmara para ser o protagonista da aceitação de um pedido de
impeachment. Não era esse o meu objetivo. Mas, repito, nunca, na história de um
mandato houve tantos pedidos de impeachment como neste mandato", ressaltou
o peemedebista.|brasil247