Mais de 100 trabalhadores do Hospital Dantas Bião, em Alagoinhas, cidade localizada a cerca de 122 quilômetros de Salvador, foram demitidos após o contrato entre a empresa que administrava a unidade, a Monte Tabor, e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ser encerrado. Entre os demitidos há mulheres grávidas.

Fernando Santos, um dos funcionários dispensados, conta que eles ainda não receberam nenhum benefício, apesar do encerramento do contrato ter ocorrido em 30 de outubro.
"Até o momento, não tivemos nenhuma posição da Monte Tabor. Até agora ninguém recebeu FGTS, seguro-desemprego, nada. Estamos sem dinheiro para comer, dependendo de pai, irmão, vizinho", diz Fernando.

De acordo com o advogado trabalhista Maurício Branco, uma situação de demissão em massa só pode ocorrer após negociação com o sindicato. Além disso, ele destaca que a lei determina que grávidas só podem ser demitidas por justa causa.

"Quem se sentir prejudicado pode entrar com ação para pedir reintegração imediata, recebendo todos os salários do período que não trabalhou, além de indenização por dano moral", afirma Maurício.


Moacir Barbosa Rigaud, um dos diretores do Sindisaúde Rede Privada, informou ao G1 que não houve negociação da Monte Tabor com o sindicato. Cosme Souza, outro diretor da entidade de classe, conta que o sindicato está acompanhando de perto a situação.
"Ingressamos com ação cautelar pedindo o bloqueio de todos os valores que a Monte Tabor tem para receber da Sesab e, com este montante, garantir os direitos trabalhistas dos funcionários demitidos", afirma.

Em nota, a empresa Monte Tabor confirmou a rescisão do contrato de administração do Dantas Bião e destacou que as tratativas para assegurar o direito dos trabalhadores estão em andamento. Entretanto, a empresa informou que os valores referentes às verbas rescisórias dependem do repasse de recursos, firmados em contrato com o Governo do Estado, que não ocorreu até o presente momento. Ainda segundo a nota da Monte Tabor, o último repasse efetuado pela Sesab foi referente ao mês de agosto de 2015.


Procurada pelo G1, a Sesab afirmou que é a Monte Tabor a responsável pelas obrigações trabalhistas com os funcionários que atuavam na unidade. A sesab ainda destacou que "está em curso um encontro de contas entre a administração pública e a entidade filantrópica. Há dois pagamentos em análise, sendo que um será feito neste mês e outro em dezembro de 2015".|G1 | Imagem da internet

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