Ministério Público Federal deverá apresentar denúncia contra o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda nesta quarta-feira, segundo
disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. O presidente da Câmara
será acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia a ser
apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem como base a acusação do
empresário Júlio Almeida Camargo, que confessou em
juizo ter pago US$ 5 milhões em propina para o deputado. Cunha nega participação
nos crimes. Se o STF aceitar a denúncia, o parlamentar passará a ser
réu no escândalo de corrupção. O GLOBO mostrou também hoje que o presidente do
PP, senador Ciro Nogueira (PI), deve constar na lista apresentada ao Supremo
como outro denunciado.
Um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, Camargo teria pago o
suborno para facilitar a assinatura de contratos de afretamento de navios-sonda
entre a Samsung Heavy Industries e a diretoria de Internacional da Petrobras.
Pelo aluguel de dois navios, o Sonda Petrobras 100000 e o Vitoria 10000, a
Petrobras teria desembolsado US$ 1,2 bilhão. O pagamento de propina para Cunha
e outros envolvidos nas transações seria superior a US$ 40 milhões.
À época da assinatura do primeiro contrato, no valor de US$ 586 milhões,
a diretoria Internacional estava sob o comando de Nestor Cerveró, condenado no
início da semana a 12 anos e 3 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro,
da 13ª Vara Federal de Curitiba. O negócio teria sido intermediado pelo lobista
Fernando Soares, o Baiano. No mesmo processo, o lobista foi condenado a 16 anos
e 1 mês de prisão no mesmo processo, que resultou na condenação de Cerveró. |Veja mais no oglobo