O Ministério da Saúde autorizou repasse de R$ 1,6
milhão para ações emergenciais de controle e prevenção da dengue, chikungunia e
zika vírus na Bahia. A portaria que encaminha os recursos para o Fundo Estadual
de Saúde do estado está publicado no Diário Oficial da União de hoje (10).
As três doenças ocorrem simultaneamente e já são tratadas como tríplice
epidemia. Dados do último boletim da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(Sesab), publicado na última quinta-feira (6), mostram os registros de 53,5 mil
casos suspeitos de dengue, 41,6 mil de zika vírus e 11,7 mil de chikungunya
entre janeiro e o começo de agosto.
No caso da dengue, houve aumento de 177% dos casos em relação ao mesmo
período do ano passado e a incidência é de 354 casos para cada 100 mil
habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que níveis de
incidência acima de 300 casos para cada grupo de 100 mil habitantes revelam
situação de epidemia. Ainda segundo o boletim, a incidência de zika vírus está
em 275 casos para cada 100 mil habitantes.
De acordo com a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde, Ita de
Cácia, o repasse de recursos foi em resposta a uma solicitação do governo do
Estado, a partir da necessidade de melhorar as ações de enfrentamento à doença.
Ao todo, foram solicitados ao Ministério da Saúde R$ 15 milhões para realizar
ações que incluem compra de teste rápido para detecção da febre chikungunya e
de material para o controle do Aedes aegypti, mosquito
transmissor das três doenças.
Para Ita, entre as ações emergenciais necessárias está promover a
capacitação de profissionais de controle de endemias e profissionais de saúde
dos municípios para que casos graves sejam imediatamente identificados e
tratados.
“Esses recursos são necessários não só por conta da dengue, mas pelas
outras duas epidemias que estão em curso. Se fossemos somar os casos das três,
que são transmitidas pelo mesmo vetor, daria um número muito grande. Nós não
conhecemos bem ainda como a chikungunya e a Zika vírus vão se comportar. Tanto
que, em relação à Zika, logo no início, achamos que seria uma virose mais
branda. Foi quando começaram a aparecer os casos de complicações neurológicas”,
explica a superintendente, referindo-se aos casos da Síndrome de Guillain-Barré
que surgiram principalmente entre pessoas que tiveram antes sintomas de doenças
causadas pelos vírus. Até o momento, a Sesab notificou 57 casos da síndrome.|ebc