BRASÍLIA - A três dias das manifestações contra o governo Dilma Rousseff programadas para ocorrerem em todo o país, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), disse que a defesa do impeachment “cheira a golpe”.

— Há uma presidente no exercício do seu cargo ungida pelas urnas, e falar em impeachment é desrespeitar a vontade majoritária da população brasileira que foi às urnas, é algo que cheira a golpe. Isso é inadmissível — disse Pepe, após uma reunião de líderes da base aliada na Câmara.

O ministro afirmou que as tentativas de questionar o resultado das urnas foram negadas pela Justiça Eleitoral e que se tratam “de golpe contra a democracia”. O ministro disse, no entanto, que o governo respeita as manifestações “pacíficas e ordeiras”.

Pepe se reuniu na manhã desta quinta-feira com deputados de partidos da base aliada para discutir as medidas provisórias que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o vice-presidente Michel Temer estavam sendo aguardados para o encontro mas não compareceram.


Na quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que a realização de protestos pelo país seja feita sem “ódio” ou “posturas golpistas”. Cardozo afirmou que o governo tem tolerância com as críticas e ressaltou não ver razões jurídicas para o impeachment de Dilma Rousseff.
Questionado se considerava golpismo pedir o impeachment de Dilma, Cardozo destacou a legitimidade da reeleição da presidente.

— Nós tivemos uma eleição legitimamente feita. A democracia existe no país e não existem quaisquer razões jurídicas para que se mude esse quadro que está posto — afirmou. |oglobo

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