Cerca de 4 milhões de pessoas saíram às ruas na França neste
domingo (11) para protestar contra o terrorismo e em defesa da liberdade de
expressão, segundo levantamento extraoficial feito pelo "Le Monde".
O Ministério do Interior calculou que "ao menos 3,7 milhões de
pessoas" foram à Marcha Republicana e a classificou de "a maior
manifestação da história da França".
Anteriormente,
François Lamy, deputado socialista e ex-ministro francês, comemorou a grande
participação popular na capital francesa neste domingo. "França
fantástica! Eu diria que foram entre 1,3 e 1,5 milhão em Paris", disse.
Segundo
o "Le Monde", ao menos 2,7 milhões de manifestantes participaram de
atos fora de Paris -- o levantamento contempla
centenas de cidades. Em Lyon, cerca de 300 mil foram à
marcha e em Grenoble, cidade vizinha, ao menos 110 mil . Bordeaux teve 140 mil
participantes; Rennes, 115 mil; Montpellier, 100 mil; e Clermont-Ferrand foram
70 mil.
Mesmo
cidades com tamanho médio tiveram grandes marchas, como foi o caso de
Cognac (11 mil pessoas), Crozon (5.000) e Bar-le-duc (5.000).
Momento histórico de união
A
marcha parisiense, classificada como história pela imprensa francesa, foi
liderada por familiares das vítimas dos atentados desta semana e por dirigentes
políticos de todo o mundo.
Em
Paris, às 15h30 (12h30 de Brasília), com um atraso de meia hora, eles começaram
a passeata, seguidos por centenas de milhares de pessoas que foram para as ruas
da capital francesa.
Sobreviventes
da equipe da revista "Charlie Hebdo"
também participaram ao lado dos familiares. Na última quarta-feira (7), os
irmãos franco-argelinos Said e Chérif Kouachi entraram na
sede da publicação e mataram 12 pessoas a tiros, das
quais sete eram jornalistas. Nos dois dias seguintes, outro jihadista, Amédy Coulibaly, matou
mais cinco pessoas. No total, 17 morreram nos atentados
terroristas. Os três radicais acabaram mortos em duas
operações policiais na
última sexta-feira (9).
Logo
atrás, com os braços entrelaçados, desfilaram os líderes mundiais, liderados
pelo presidente francês, François Hollande, junto com a chanceler alemã, Angela
Merkel; o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, e os primeiros-ministros
britânico, David Cameron, e italiano, Matteo Renzi.
Separados
por apenas cinco metros estavam o chefe do governo israelense, Benjamin
Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Embora
a saída estivesse prevista da praça da República, a grande afluência de gente
fez com que os dirigentes e as vítimas abrissem a manifestação centenas de
metros adiante, no bulevar Voltaire.
Pouco
depois, foi guardado um respeitoso minuto de silêncio e Hollande cumprimentou
um a um aos líderes presentes.
Hollande
se aproximou, junto com o primeiro-ministro, Manuel Valls, e saudou os
familiares das vítimas dos ataques. (uol)