A
imagem de uma carroça puxada por carro de boi com rodas de madeira ainda vem
perdendo espaço com o passar do tempo? Não para a população de Heliópolis,
município localizado na região nordeste da Bahia, próximo a Ribeira do Pombal,
que realizou pela sétima vez, na tarde do domingo passado (11) a Festa do Carro
de Boi.
O
evento, que resgatou e colocou em evidência as raízes da tradição nordestina do
homem do campo há mais de sete anos, reuniu, segundo o empresário Zé de Miguel,
coordenador da festa, mais de 100 carros de boi da região e até do estado de
Sergipe, 700 cavaleiros e a participação de aproximadamente 12 mil pessoas
entre moradores e visitantes.
Para Sr.Manuel Ribeiro dos Santos, 54 anos, carreiro desde os 8
anos de idade, a festa é símbolo de um resgate cultural. Antigamente ele andava no meio das
matas levando mercadorias e transportando pessoas e que pelo menos a
festa que resgata e fortalece a auto-estima do camponês
Motivo de orgulho também para o Sr. Mauro da Silva, 67 anos, da
cidade Poço Verde SE e que
trabalha com carro se boi desde os 9 anos de idade já participou de
todas as edições da Festa do Carro de Boi de Heliópolis. É como retomar as raízes e há 58 anos sou carreiro com muito
orgulho, foi daqui que tirei o meu sustento e criei os meus filhos. dispenso
essa tal de tecnologia.
Cortejo
O desfile tradicional saiu da Fazenda Vaca Brava, no município de
Fátima, passando pelo povoado Angico e adentrando o município de Heliópolis.
Além do desfile de carros de bois, motoqueiros, cavaleiros, carroceiros, muitos
veículos participam da caminhada promovida todos os anos pelo empresário Zé de
Miguel, auxiliado pelos seus colaboradores.
Cada carro de boi que passa cria uma expectativa nos moradores e
visitantes. Dona Zefira Rabelo, 65 anos, moradora do estado do Mato
Grosso, que estava a passeio na cidade, não se cansou de ver os carros
passarem: Muito bonito
e estou gostando, declarou.
Muito emocionado também estava o
professor Reginaldo da Silva Santos, de Feira de Santana, que teve que esperar
por mais de 30 anos para contemplar de perto esta cultura. Só tenho a agradecer a Deus por participar do evento e contemplar
essa maravilha da cultura do homem do campo.
Para José Guerra e Joaquim Neto, membros da comissão organizadora
do evento, a tradição do carro de boi não pode morrer. Sabemos que todo transporte de
mercadorias e de passageiros por muito tempo era feito por este meio de
transporte, disse
Guerra. Isso me traz
alegria e felicidade. Obrigado meu Deus, completou
Neto.
Informações do blog novasoureindependente