Uma ex-estagiária
do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi presa ontem (21) pela Polícia
Federal (PF) em Belo Horizonte, acusada de provocar um rombo de até R$ 20
milhões nos cofres públicos. A mulher, que tem 48 anos e hoje trabalha como
psicóloga, é apontada como responsável por providenciar documentos fraudados de
comprovação de tempo de serviço para interessados em obter aposentadoria.
A suspeita, cujo
nome não foi revelado, foi presa na Operação Lewinsky, durante a qual foram
executados também mandados de busca e apreensão em endereços mantidos pela
psicóloga. O nome da operação é uma referência a Mônica Lewinsky, estagiária da
Casa Branca que se tornou pivô de um escândalo por causa de relações sexuais
com o então presidente do Estados Unidos Bill Clinton na década de 1990.
Foi neste mesmo
período que a acusada pela PF fez estágio no INSS. O delegado Marcílio Zocrato,
que presidiu o inquérito, acredita que no período em que a suspeita atuou no
órgão "ela tenha aprendido como tramitam os processos no INSS" para
por em prática a fraude.
Segundo o delegado,
ela aliciava interessados e cobrava para falsificar documentos com comprovação
de tempo de serviço, inclusive em órgãos públicos.
"Ela fornecia
a documentação forjando vínculos empregatícios inexistentes. Parece que os
documentos ela mesma forjava e apresentava aos clientes", observou. Ainda
de acordo com a PF, a mulher cobrava R$ 2 mil por cada documento e ainda ficava
com a primeira parcela dos benefícios obtidos por meio da fraude.
A psicóloga já foi
investigada em 2004 pelo mesmo tipo de crime e chegou a ser condenada, mas a
Justiça Federal aplicou pena alternativa porque a sentença determinou período
de prisão inferior a quatro anos.
Mesmo condenada, de
acordo com o delegado Felipe Drummond, ela continuou a cometer a fraude em Belo
Horizonte e em Divinópolis, na região central de Minas. Ela foi encaminhada à
Penitenciária Estevão Pinto, na capital, e pode ser condenada a mais de seis
anos de prisão para cada fraude confirmada.
A PF informou que
também vai instaurar inquéritos para investigar os beneficiários do esquema,
que podem ser condenados a penas semelhantes. | msn