Passado o resultado
da eleição, eis que agora surgem os partidos arrependidos. São aqueles que não
seguiram o projeto da candidatura governista e chegaram, inclusive, no horário
eleitoral, a fazer campanha contra o PT e agora se aproximam para um possível
retorno à base da agremiação, tal qual a parábola bíblica do Filho Pródigo.
Os petistas se
mantêm na administração e articulação da política do estado e as siglas como
PRB, PSB, PPL e PSL já ensaiam uma possível reconciliação na relação com o
recém-eleito Rui Costa (PT), atualmente preocupado na reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT) e tranquilo com sua vantagem de bancada.
Aqueles que agora
poderiam assumir o título de oposição, com seus ônus ou bônus, se colocam como
novos independentes. O mandatário do PRB, deputado federal Márcio Marinho
(PRB), justificou que a disputa política, encerrada no último domingo, não pode
durar para os próximos quatro anos em detrimento aos interesses da população.
“Achamos por bem
apoiar o Souto, analisando a sua real viabilidade dada nas pesquisas, mas que
no decorrer da campanha foi ultrapassado por Rui. Não brigamos com o governo,
porém adotaremos uma postura de independência para analisar de forma autônoma
benefícios para a população”, afirmou.
Marinho, que agora
tem como colega de bancada a vereadora Tia Eron (PRB), ressaltou que foi
importante a participação do partido na coligação. “Nós conseguimos reeleger
nossos dois deputados, o Sidelvan Nóbrega e o José de Arimateia. Para nós foi
importante, mas não conseguimos eleger o candidato à majoritária. Respeitamos a
vontade da população por escolher pela continuidade, o povo tem essa
autonomia”, ressaltou.
A situação também é
refletida dentro do PSL, partido que saiu da base para aderir a Lídice Mata
(PSB) e agora estuda retorno à antiga parceria. O deputado Nelson Leal,
único representante do PSL na Assembleia e secretario geral do partido, disse
que a tendência é de reaproximação.
“Minha ligação foi
sempre com o governador Wagner e o então secretário Rui Costa. O PSL nacional
apoiou o PSB e foi dado prosseguimento a essa parceria aqui. Mas a partir deste
momento que passam as eleições, a tendência é de reaproximação. Nós sempre
fomos próximos a nível partidário, acho que não haveria problemas”, explicou.
O presidente do
PSL, Antônio Olívio, reverberou a fala de Leal. Segundo o político, a executiva
estadual cumpriu a decisão tomada pela nacional, de forma inicial em torno do
nome do então candidato, na época, Eduardo Campos (PSB), e preferiu continuar
com Lídice mesmo após a fatalidade que vitimou o ex-governador de Pernambuco em
plena campanha. “Saímos da base, mas continuamos votando e tendo laços com o
governo. A previsão é que voltemos de forma oficial com as nossas
relações com a base”, afirmou.
Sobre o desempenho
nas urnas, Olívio disse que achou fraco o desempenho do partido, mesmo com a
eleição de três deputados. “Eu achava que poderíamos ter tido mais votos e ter
eleito mais deputados, mas não deu, o que é uma pena. Contudo, a articulação do
partido não se encerrou, continua”, assinalou.
Outro grupo que
deve acompanhar os caminhos de Rui é o PSC. Se por um lado a agremiação tendeu
por Souto, por outro o líder de votos da sigla, segundo mais bem votado da
Bahia, deputado Pastor Sargento Isidório, nunca escondeu sua preferência pelos
aliados petistas. Apesar dos novos rumos, ele continuou com a sua campanha em
favor do sucessor do governador Jaques Wagner (PT).
Fonte: Tribuna da
Bahia