A candidata
derrotada no primeiro turno da corrida presidencial, Marina Silva (PSB),
anunciou na manhã deste domingo apoio ao tucano Aécio Neves. O anúncio já era
esperado e foi feito em São Paulo. A definição do apoio se deu depois de Aécio
divulgar, no sábado, uma carta-compromisso na qual se compromete com a
incorporação em seu programa de governo tópicos que envolvem reforma agrária,
questões indígenas e ambientalismo, consideradas cruciais por Marina.
—
Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito que é melhor para o
Brasil — disse, ao lado de seu vice Beto Albuquerque, citando os tópicos do
documento de Aécio alinhadas às suas ideias para justificar o apoio. — Declaro
meu voto e meu apoio à sua candidatura. Faço essa declaração como cidadã
brasileira — completou, descartando que o anúncio é “acordo ou aliança para
governar”.
Já
quando saiu o resultado do primeiro turno, Marina sinalizou que anunciaria
apoio Aécio, desde que ele se comprometesse com propostas defendidas por ela
nas áreas social e de sustentabilidade. Na carta apresentada neste sábado, o
tucano faz referência à candidata que se lançou pelo PSB ao dizer que “é
natural que contemos, nesta etapa, com as sugestões dos que, comprometidos com
a mudança, se lançaram à campanha e, mesmo não obtendo votos suficientes para
chegar ao segundo turno, contribuíram com suas ideias, propostas e debates para
melhorar a qualidade de nossa democracia”.
Uma
das bandeiras do PSDB, a redução da maioridade penal para 16 anos em caso de
reincidência por crimes considerados graves, chegou a ser citada como um
entrave para a oficialização do acordo, já que a Rede Sustentabilidade, partido
que Marina tentou criar ano passado, é contra a proposta. Na sexta-feira,
aliados de Marina já haviam mostrado que poderiam flexibilizar essa exigência.
A
carta-compromisso do tucano caminha no sentindo de um meio-termo, ao propor que
a sociedade seja convocada para “debater e encontrar soluções generosas para
nossa juventude”. Diz o texto: “podemos, juntos, evitar que os problemas
relacionados aos jovens sejam encarados apenas sob a ótica da punição. Essa
seria uma forma injusta de penalizá-los, nas ponta do processo, por erros e
omissões que são de todos nós”. - oglobo | fotos da internet