No
primeiro debate deste segundo turno entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB)
e Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, o embate se deu entre o passado
dos governos FH e Lula e o futuro do país.
Segundo
cientistas políticos ouvidos pelo GLOBO, a petista manteve a estratégia de
comparar números da gestão atual com as administrações tucanas. Aécio, ainda
que tenha lembrado o que fez em Minas, enfatizou que a adversária só olhava
para o “retrovisor” em vez de tratar de propostas para os próximos quatro anos.
O debate, na Band, também teve disputa pela paternidade de programas como Bolsa
Família e Pronatec.
Para Dilma, interessa a comparação com a época de FH, o confronto. A Aécio, interessa a conjuntura, interessa discutir o governo Dilma — diz Antônio Carlos Alkmin, cientista político da PUC-Rio: — Mas só falam do legado que os interessa, fazem espécie de terrorismo. Ela aposta mais nas questões sociais e ele, na economia.
— Ao
falar de corrupção, Dilma contrabalançou com casos do governo FH — diz Paulo
Baía, sociólogo e cientista político da UFRJ. — Aécio habilmente puxou para os
escândalos do presente e lançou para o futuro, enquanto Dilma insistiu em casos
do passado.
Baía
destaca que os dois tentaram desconstruir um ao outro “falando que estavam
enganados ou mentindo”:
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—
Aécio estava mais confortável no início. Dilma foi se soltando mais ao longo do
encontro. Agora, quanto ao conteúdo, os dois adotaram a desconstrução. Aécio
insistiu em que Dilma estava olhando para o retrovisor, que ela via FH ao olhar
para ele. Mas ele também olhou para o retrovisor em Minas, ao falar do passado
de governador.
Cientista
político da UnB, David Fleischer avalia que Dilma passou boa parte do debate
comparando o governo federal com Minas:
— Há
outros governos tucanos, SP, por exemplo, mas ela só citou o metrô rapidamente. Veja mais no oglobo