Amparados em pesquisas internas que mostraram
certa rejeição à agressividade que campeou no último debate, os dois candidatos
à Presidência da República adotaram um tom mais propositivo noconfronto deste domingo (19), na TV Record, o penúltimo antes
do segundo turno.
Em vez das trocas de acusações
pessoais de nepotismo e desvios éticos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves
(PSDB) discutiram nos primeiros 30 minutos do evento temas como inflação, desemprego e
segurança pública.
Apesar disso, focarem na crítica
mútua à atuação de uma ou outra gestão, sem a apresentação detalhada do que
pretendem de fato fazer.
O escândalo da Petrobras não deixou de ser tema do debate,
entretanto, embora a petista e o tucano tenham trocado termos como
"mentira" e "leviandade" -repetidos várias vezes no debate
de quinta-feira (16), no evento do SBT/UOL/Jovem Pan- por palavras como "estarrecedor".
Depois do virulento debate da
quinta, o PT passou a divulgar a versão de que Aécio foi excessivamente
agressivo com Dilma -ela chegou a passar mal momentos após o evento-, o que
levou os marqueteiros do tucano a aconselhá-lo a colocar o pé no freio.
Já o PT detectou em suas
pesquisas rejeição ao tom belicoso praticado por Dilma, que chegou a insinuar
que o adversário dirigiu sob efeito de álcool e drogas quando foi pego em uma
blitz em 2011 e se recusou a assoprar o bafômetro.
A inflexão dos candidatos também
ocorre depois de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu vetar a
veiculação de propagandas com ataques recíprocos, em uma tentativa de forçar
uma campanha propositiva.
No confronto de ontem, coube a
Aécio abordar o escândalo da Petrobras, já no final do primeiro bloco, citando
declaração da Dilma da véspera em que ela reconhecera ter havido desvio de
recursos da estatal.(folha)