As
regras definidas pelo governo federal permitem que quase 4,2 milhões de
residências brasileiras fiquem sem acesso à TV aberta quando ocorrer o
desligamento dos canais analógicos, para uso exclusivo dos digitais.
A migração está prevista para ocorrer entre 2016 e 2018, município
por município. A primeira cidade a passar pelo processo de desligamento será
Brasília, em 2016.
A mudança do modelo garante que os usuários tenham acesso a
transmissões de melhor qualidade, em som e imagem. Por outro lado, exige também
que as famílias tenham equipamentos mais modernos, como uma TV digital ou um
conversor.
De acordo com a norma imposta pelo governo, ainda que 7% da
população não consiga atualizar seus aparelhos, o desligamento pode ser feito
pelas emissoras.
O resultado seria a ausência completa de sinal na residência de
quem não conseguir se equipar a tempo.
DOAÇÃO
A população de baixa renda, atendida pelo programa Bolsa Família,
receberá os aparelhos de graça.
Por isso, devem fazer parte desde universo de 7% uma parcela da
população da classe D, que possui renda familiar baixa, mas não o suficiente
para se beneficiar do programa social.
"A gente não quer 93% [de penetração da TV aberta nos
domicílios], queremos manter os atuais 99%", disse Daniel Slaviero,
presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV).
"Ao mesmo tempo entendemos que é preciso estabelecer um
critério mínimo para iniciar o processo."
Segundo ele, a quantidade de brasileiros que pode ter de lidar com
o sinal cortado dependerá, principalmente, do êxito das campanhas de
conscientização e de uma distribuição eficiente dos conversores para baixa
renda.
Caso as campanhas tenham sucesso, o percentual de pessoas sem
acesso à programação pode ser inferior a 7%. Se não houver iniciativa para compra
dos equipamentos e não se chegar a 93% de participação o desligamento dos
canais será adiado.
O preço de um conversor digital é cerca de R$ 110. A expectativa é
de que o valor caia para R$ 80.(folha)