Mais que nas pesquisas, está na política o grande
problema da candidata Marina Silva a 13 dias das urnas de 5 de outubro. Do
Datafolha ao Ibope, confirmados nesta terça-feira 23 pelo levantamento do
CNT/MDA, a candidata do PSB é, na prática, a única que vai perdendo
preferências e simpatias na fase central da eleição. E em doses alopáticas. Com
rejeição em alta, de acordo com todos os levantamentos, e quedas acentuadas nas
intenções de voto, a cada divulgação, Marina agora está em busca da humildade
perdida. Ontem, pediu "orações" ao público, evitando enfrentar os
temas objetivos que têm surgido no curso da campanha. O movimento de recorrer à
fé faz parte da tática definida por seu comando de campanha, que pretende
preservar a candidata do confronto de ideias à espera da chegada do segundo
turno. Nesta segunda volta, de acordo com os estrategistas do PSB/Rede, Marina
teria tempo igual ao do adversário, de 15 minutos por dia na televisão, e
poderia, então, mostrar todo o seu potencial.
O problema dessa verdadeira tática do avestruz – a
ave que enfia a cabeça num buraco como forma de se livrar dos problemas do
entorno – é o ritmo de queda no prestígio eleitoral de Marina. Pelas tendências
detectadas em todas as pesquisas, ela pode, simplesmente, não atingir o segundo
turno. O que parecia justo e contratado a questão de duas semanas mudou
radicalmente.
brasil247