Autodenominado
candidato da terceira via, responsável pela instalação da "nova
política" no país, presidenciável Eduardo Campos (PSB) recorreu,
contraditoriamente, aos dois partidos cuja polarização diz querer romper para
se firmar em coligações competitivas em São Paulo e no Rio; no Estado mais
importante do país, Campos indicará o candidato a vice-governador na chapa de
Geraldo Alckmin; no Rio, ele indicou o candidato ao Senado, numa chapa com
Lindbergh Farias (PT); a pouco mais de uma semana para finalização das
coligações, Campos sente a pressão de ter que fincar palanques em Estados do
Sudeste; foi então pelo caminho mais fácil, o do pragmatismo, que parecia
querer abandonar; Marina consentiu
Autodenominado
candidato da terceira via, responsável pela instalação da "nova
política" no país, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) recorreu aos dois
partidos cuja polarização diz querer romper para se firmar em coligações
competitivas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Estado mais
importante do país, Campos indicará o candidato a vice-governador na chapa
encabeçada por Geraldo Alckmin, que se conseguir ser alçado à reeleição, dará
ao tucanos 24 anos de poder ininterruptos em São Paulo. Já no Rio, Campos
indicou o candidato ao Senado, numa chapa com o petista Lindbergh Farias.
As duas
movimentações do ex-governador de Pernambuco se dão após a sua companheira de
chapa, a candidata a vice, Marina Silva, não conseguir impor seus candidatos.
Era desejo dela que o PSB lançasse candidatos próprios ou apoiasse candidaturas
alinhadas a ela.
Em São Paulo, o
cenário ideal para ela era o lançamento da deputada federal Luiza Erundina, que
descartou qualquer hipótese de candidatura. Outros nomes da preferência de
Marina eram os do deputado Walter Feldman, seu aliado na criação do Rede
Sustentabilidade, e do vereador Ricardo Young, do PPS. Mas o projeto não
decolou. Campos preferiu ficar com Alckmin e indicar o candidato a vice, que
tende a ser Márcio França, presidente da legenda em São Paulo.
Já no Rio, Marina
queria que o PSB apoiasse Miro Teixeira, pré-candidato a governador do Pros.
Mas ele desistiu ontem da disputa, alegando que foi ignorado por Campos. Assim,
abriu-se caminho para o PSB indicar o deputado federal Romário para ser
candidato a vice na chapa encabeçada pelo PT.
Com as duas opções
de Campos, esperava-se que Marina fosse chiar. Mas não. Ela apenas afirmou que
"não há problemas nas escolhas" do aliado. Mas não deixou de fazer
uma crítica sutil: "ele ficará responsável pela escolha". Soou como
um "lavar as mãos". Se der errado, Marina não quer que tais decisões
pesem no seu colo.
A pouco mais de uma
semana para finalização das coligações, Campos sente a pressão de ter que
fincar palanques em Estados do Sudeste. Foi pelo caminho mais fácil, o do
pragmatismo, que parecia querer abandonar quando falou em "nova
política". Para quem deseja se firmar como terceira via, as opções pelo PT
e pelo PSDB em dois Estados muito importantes soam contraditórias. Veja aqui