Os papas João Paulo II (1920-2005) e João XXIII
(1881-1963) foram canonizados no dia 27 de abril e se tornaram assim
outros dois pontífices proclamados santos nos últimos cem anos junto com Pio X,
segundo anunciou nesta segunda-feira o papa Francisco.
Pio X foi canonizado em 3 de setembro de 1954. O anúncio do papa
foi feito em latim durante o consistório realizado hoje junto com os cardeais e
no qual exaltou a vida de ambos.
O dia eleito pelo papa argentino é o primeiro domingo depois das
celebrações da Semana Santa, quando a Igreja Católica comemora a festa da
Divina Misericórdia, instituída por João Paulo II após a santificação da freira
polonesa Faustina Kowalska, em 2000, conhecida como a Santa Teresa de Jesus
polonesa.
O caminho rumo à santidade tem várias fases: nos casos mais
tradicionais, primeiro é necessário ser nomeado Venerável Servo de Deus, título
dado após a morte e concedido para quem reconhecidamente viveu as
"virtudes de maneira heroica".
Depois é necessário, após uma espécie de "julgamento",
que um milagre seja reconhecido para que o indivíduo se torne beato e em
seguida mais um para a canonização, embora o papa possa saltar algum destes
passos, como no caso de João XIII.
O canonização de João Paulo II chegou em tempo recorde, mas
seguiu todos os passos estipulados pela Igreja. Bento XVI, no entanto, retirou
uma norma que determinava um período de espera de cinco anos antes do início
dos trâmites da canonização.
A subida ao altar do papa polonês, cujo mandato durou quase 27
anos, foi quase por aclamação popular após o Santo Súbito, que durou vários
dias na praça São Pedro, no Vaticano.
Em maio de 2011, a Congregação para as Causas dos Santos, o
organismo do Vaticano que avalia os candidatos à santidade, elegeu como
primeiro milagre o caso da freira francesa e enfermeira Marie Simon Pierre, de
51 anos, que segundo a comissão médica se curou de maneira inexplicável de mal
de Parkinson.
O episódio ocorreu em 2005, dois meses depois da morte do papa
polonês. A doença da freira tinha sido diagnosticada em 1988 e ela praticamente
não podia escrever e caminhar.
Em 2 de junho de 2005, a freira pediu a sua superiora que a
substituísse de suas funções no hospital onde trabalhava, mas foi convencida a
pedir para que João Paulo II curasse sua doença.
Segundo a versão da freira, na manhã seguinte a enfermidade
tinha desaparecido.
O outro milagre de João Paulo II beneficiou uma mulher na Costa
Rica que não seguiria práticas religiosas. Trata-se de Floribeth Mora, que foi
internado em um hospital com um aneurisma cerebral grave, em maio de 2011. noticias | Imagens da internet