O senador e ex-presidente Fernando
Collor (PTB-AL) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira para comentar a
sua absolvição em ação penal julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na
semana passada. O senador quase verteu lágrimas em alguns momentos do discurso
e questionou a quem caberia a responsabilidade pelas acusações que sofreu e
desdobramento delas.
— Depois de
mais de duas décadas de expectativas e inquietações pelas injustiças a mim
cometidas, cabe agora perguntar: quem poderá me devolver tudo aquilo que perdi?
A começar pelo meu mandato presidencial e o compromisso público que assumi, a
tranquilidade perdida por anos a fio. Quem pagará pela difamação insana, pelo
insulto desenfreado, pela humilhação provocada, pelas provações impostas, ou
mesmo pelas palavras intolerantemente pronunciadas e, mais ainda,
inoportunamente escritas? — cobrou Collor.
O senador
criticou o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que admitiu a demora em julgar o
caso, o que levou alguns crimes a prescrever.
— Isto não é
crível nem prudente a um presidente do Supremo Tribunal Federal, ainda mais se
nada do que disse reflete a verdade do juízo — disse. — Para um denunciado
injustamente, a demora em se julgar torna-se um martírio, uma perversidade sem
igual da própria Justiça — defendeu Collor. oglobo