Prestes a ser julgado pelo STF pelo mensalão mineiro, ex-governador de Minas diz que, assim como o ex-presidente não foi questionado por ações da Visanet na Ação Penal 470, ele também não pode ser responsabilizado; procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação do deputado federal a 22 anos de prisão por caixa dois tucano em campanha de 1998; “Embora negue ter participado dos fatos, as provas colhidas, como se verá ao longo da denúncia, desmentem sua versão defensiva", diz trecho da denúncia

O ex-governador e deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) comparou sua situação no caso do mensalão tucano à vivida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema que resultou na AP 470.

De acordo com a denúncia, durante sua campanha pela reeleição em 1998, o então governador de Minas Gerais se associou ao grupo do empresário Marcos Valério para um esquema de desvio de verbas e arrecadação de recursos. Azeredo é acusado de ter autorizado o desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atualizados) do banco estatal Bemge e de duas empresas públicas.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do deputado federal a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro; sugere ainda a aplicação de multa no valor de R$ 451 mil.

"Eduardo Azeredo era governador do Estado de Minas Gerais e foi o principal beneficiário do esquema implementado. Embora negue ter participado dos fatos, as provas colhidas, como se verá ao longo da denúncia, desmentem sua versão defensiva", diz trecho da denúncia.



No caso petista sobre compra de apoio político, a tese central das condenações do STF é que o esquema foi alimentado por empréstimos e recursos controlados pelo Banco do Brasil no fundo Visanet.
"Ele foi presidente e houve problema no Banco do Brasil. Corretamente, não foi responsabilizado. Eu também não posso ser responsabilizado", afirmou.
Após parecer de Janot, o relator do processo no STF, ministro Luís Roberto Barroso, aguarda manifestação da defesa para concluir seu voto. "Vou estudar o processo com empenho e isenção. Ninguém é condenado ou absolvido de véspera. Farei o que for justo no caso concreto. Eu sirvo à Justiça e ao Brasil. Nenhum outro interesse me mobiliza", disse segundo o Painel (leia reportagem da Folha de S. Paulo sobre o assunto).

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