A lei criada em 1997 para unificar a emissão
de carteiras de identidade no país nunca saiu do papel, omissão do governo
federal que permite a uma mesma pessoa ter um RG em cada Estado.
Ou seja: um mesmo nome, mas 27 documentos com
numerações diferentes.
E essa mesma pessoa pode ainda tirar
facilmente um RG com a própria foto e outro nome, prática que serve de base a
uma série de crimes.
A Folha encontrou essas brechas em
apuração iniciada em janeiro deste ano.
O mesmo repórter, com RG original de SP,
viajou a oito capitais e, em cada uma delas, fez uma nova carteira. Foi assim
em Vitória, Campo Grande, Maceió, João Pessoa, Natal, Rio Branco, Porto Velho e
Porto Alegre.
Ter um RG em cada Estado é possível porque a
emissão dos documentos é estadual, e os institutos de identificação não trocam
informações.
Previsto em lei desde 1997 para corrigir essa
falha, um cadastro nacional de identidades, que deveria armazenar
eletronicamente dados de todas as pessoas, nunca saiu do papel, embora tenha
sido anunciado pelo ex-presidente Lula em dezembro de 2010. Atualmente o único requisito para fazer um RG
é a apresentação da certidão de nascimento ou de casamento. Veja mais no Folha de S. Paulo