Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado
nesta quarta-feira, 25, mostrou que a Lei Maria da Penha não diminuiu as
taxas de mortalidade das mulheres por agressão no Brasil. O
levantamento revela que a proporção de feminicídios por 100 mil mulheres
em 2011 (5,43) superou o patamar visto em 2001 (5,41). A lei, de agosto
de 2006, criou uma série de medidas de proteção e tornou mais rigorosa a
punição contra a violência doméstica.
Comparando a taxa de mortes por agressão nos períodos anteriores e
posteriores à lei, a pesquisa do Ipea também constatou um retrocesso. De
2001 a 2006, foi verificada uma taxa de 5,28 feminicídios por 100 mil
mulheres, praticamente a mesma encontrada entre 2007 e 2011, de 5,22.
O Ipea estima que no período de 2001 a 2011 ocorreram mais de 50 mil
feminicídios no Brasil, o que equivale a, aproximadamente, 5 mil mortes
por ano. Acredita-se que grande parte desses óbitos foram decorrentes de
violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que
aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como local de
ocorrência.Veja estadão